JMJ: Patrícia Dôro deixou-se «encontrar» e descobriu uma «Igreja que se alarga»

Jovem, que integra «Rede Igreja» na preparação da JMJ Lisboa 2023, sublinha importância de «cuidar» dos peregrinos portugueses e dá conta do «entusiasmo crescente» que a peregrinação dos símbolos tem provocado nas dioceses

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 26 abr 2023 (Ecclesia) – Patrícia Dôro integra a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa (JMJ) 2023 e afirma que o convite dirigido a todos visa “um encontro” e deixar-se impactar pelo testemunho de pessoas desconhecidas.

“Todos andamos à procura de um sentido e isso vai fazer a diferença. Temos a possibilidade de ser a Ana Isabel (pessoa que acolheu Patrícia Dôro no Panamá) para alguém, e deixar que, de forma discreta, nos marque. O convite é para que ninguém fique de fora, pelo interesse, pelo entusiasmo”, explica a jovem que integra a Rede Igreja, na organização da Jornada marcada para Lisboa, entre os dias 1 e 6 de agosto.

“É a Jornada mais fácil de participar e também a mais bonita para acompanhar os frutos. E que bom que é perceber os muitos frutos na nossa comunidade, porque se participarem 10, essas 10 pessoas vão fazer a diferença numa Igreja renovada; se forem 100 da minha paróquia a participar, veremos 100 frutos da sua participação”, acrescenta.

Patrícia Dôro afirma ter tido a “graça” de participar em três edições da JMJ, em Madrid, em 2011, e em Cracóvia, em 2016, e paulatinamente poder descobrir uma Igreja que se alarga.

Em 2011, descobriu “uma humanidade que segue Cristo e jovens que alegremente servem e mudam por ele”, mas recorda também “um encontro com um rapaz iraquiano” que lhe contou o quanto arriscava a vida para ir à missa, facto que mudou a forma como todos os domingos Patrícia se levanta para participar na Eucaristia.

“Não tinha noção do que era ter um Papa (em 2011, Bento XVI). Ali, em Quatro Vientos, no meio da tempestade que se abateu, eu senti que ele foi o meu pastor – foi quem me deu o exemplo, e que bonito foi estar ali. Fizemos barulho toda a semana com o calor, e quando choveu, permanecemos e fizemos silêncio”, lembra.

Patrícia Dôro esteve em Cracóvia, em 2016, com o objetivo de levar outros jovens a viver “uma experiência” que, para si, tinha sido impactante e descobre uma Igreja a caminho e “a maravilha que é estar a caminho”.

Podia sentir que estar a caminho revelava imperfeição ou não estar a fazer bem as coisas, mas em Cracóvia e no Panamá, descobri a alegria de estar a caminho e de continuar em caminho. Tive a graça de viver mais do que uma jornada, porque é algo que não ficou cristalizado, e descobri uma Igreja que se vai construindo e procura não deixar ninguém para trás”.

A jovem fala da experiência de participar num encontro com “milhões de pessoas”, mas cuja mudança acontece com “o rosto de duas ou três pessoas” que, na realidade, explica, não vai voltar a ver, mas cujo “testemunho e disponibilidade em dar tudo”, mudou a sua vida.

“Do Panamá trago a Ana Isabel, a pessoa que me acolheu em sua casa, e passado cinco minutos depois de me conhecer, me deu a chave, porque confiava em mim e me disse: «se vens por Jesus, então não há problema». Foi muito transformador”, recorda.

Patrícia Dôro recorda ainda uma festa generosa que o povo do Panamá preparou, “uma alegria contagiante em todas as ruas”, e a possibilidade de ter uma experiência de Igreja universal, “fora da Europa” porque, explica, “viver Jesus fora da Europa é diferente e é bom”.

Do Panamá, veio o desafio de integrar a equipa de organização da JMJ Lisboa 2023.

Continuo em jornada desde 2019. Fui estando envolvida nos processos e quando começámos a organizar equipas, pude relacionar-se com os peregrinos nacionais. Os diretores intuíram que era importante cuidar dos nossos, e na Rede Igreja, sou chamada a relacionar-me com os 21 Comités Organizadores Diocesanos (COD), sendo rosto para as pessoas que querem participar”.

A jovem, radicada na paróquia de Algueirão-Mem Martins, na diocese de Lisboa, revela um “entusiasmo” que vai crescendo, a par “de um cansaço”.

“É muito bom partilhar cansaço e irmo-nos animando uns aos outros. A bola vai crescendo e quem acompanha a peregrinação dos símbolos, sente isso – a transformação que acontece pela passagem dos símbolos da JMJ pelos locais. É interessante perceber como diferentes convites vão surgindo ao longo do caminho até à Jornada”, sublinha.

A conversa com Patrícia Dôro pode ser acompanhada esta quinta-feira no programa Ecclesia na Antena 1, pouco depois da meia-noite, ficando disponível no portal de informação e no podcast ‘Alarga a tua tenda’.

LS

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