JMJ 2023: «Se estivesse com o Papa pedia que rezasse por Cabo Delgado», afirma jovem moçambicano

Paulo Rodrigues Watita, natural de Pemba, chegou ao encontro mundial com o apoio do projeto «Igrejas Irmãs»

Foto: AGÊNCIA ECCLESIA/SN – Paulo Watita

Lisboa, 03 ago 2023 (Ecclesia) – Paulo Rodrigues Watita, peregrino moçambicano, disse à Agência ECCLESIA que chegar à JMJ Lisboa “não foi um processo fácil” e que “gostava de pedir ao Papa que rezasse por Cabo Delgado”.

“Se me encontrasse com o Papa, pedia que rezasse por Cabo Delgado, pelo mundo todo, devido aos insurgentes, porque é uma realidade que vivi e vivo em Cabo Delgado, e pelos nossos irmãos que trabalham pelo bem do povo, que Deus lhes dê a força de poder estar em paz neste mundo”, afirmou à Agência ECCLESIA. 

O peregrino saiu de Pemba, em Cabo Delgado, Moçambique, no passado dia 16 de julho, voou para Maputo, “onde teve de ficar uma semana”, e depois chegou a Braga, onde viveu os Dias na Diocese. 

“Segui para Braga onde conheci outra realidade e estou sem palavras, estou aqui a conviver com meus irmãos que também saíram dos seus países, só tenho de agradecer a oportunidade que me é dada”, indica. 

Paulo Watita participou, esta quarta-feira, no encontro de jovens peregrinos apoiados pelo projeto “Igrejas Irmãs”, onde conheceu jovens de outros cantos do mundo e sentiu-se acolhido. 

“Aqui é mais confortável comparando com a nossa realidade difícil, do corre corre e do medo, a guerra, é uma grande diferença e benéfico estar aqui com gente boa e acolhedora, espero que este projeto das Igrejas Irmãs possa acontecer noutras edições da JMJ, que não pare aqui”, deseja. 

O peregrino de 35 anos sente esta JMJ como uma “grande experiência” e vem com a intenção de “pedir a paz para aquele ponto do país, que é Cabo Delgado, que a guerra cesse”.

Foto: AGÊNCIA ECCLESIA/SN

“Depois da JMJ a primeira coisa que quero levar é a mensagem do Papa, levo também as culturas diferentes que estou a acolher e depois levar a vontade de, ao chegar lá não ficar  parado”, afirma.

Paulo Watita reforça que, “apesar da guerra e do medo”, quer chegar a Moçambique e “do mesmo jeito que Maria se levantou e foi apressadamente”. 

“Que eu também saia daqui apressadamente para ir dar a boa nova e levar esta mensagem aos jovens e que eu a possa colocar em prática”, remata.

A Jornada Mundial da Juventude, que Portugal recebe pela primeira vez, é um encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, que reúne centenas de milhares de participantes durante cerca de uma semana, em iniciativas religiosas e culturais, sob a presidência do Papa.

Até hoje houve 14 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com uma celebração anual em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

SN

 

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