JMJ 2023: Peregrinação dos símbolos em Lisboa ultrapassou fronteiras do público jovem

«Houve muita gente que se confrontou de uma forma positiva com os símbolos», recordou João Clemente

Foto: COD Lisboa

Lisboa, 22 nov 2024 (Ecclesia) – O diretor do Serviço de Juventude do Patriarcado de Lisboa afirma que a peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude “não foi uma dinamização dos jovens para os jovens”, e destaca “dois grandes objetivos”, fazer comunidade” e “evangelização”.

“A passagem dos símbolos não foi uma dinamização exclusiva dos jovens para os jovens, o que nós percebemos é que as comunidades envolveram-se na sua totalidade. Houve muitas atividades intergeracionais, houve muitas oportunidades para as paróquias se congregarem à volta dos símbolos e isto foi mesmo muito bonito”, disse João Clemente, sobre “uma Igreja em saída, mas toda”, esta sexta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O Patriarcado de Lisboa foi a última etapa da peregrinação em Portugal dos dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’, de 1 a 23 de julho de 2023, 23 dias antes da realização da primeira edição internacional da JMJ em Portugal (1 a 6 de agosto 2023).

“Fomos a última diocese, mesmo ali na proximidade da Jornada. E até olhámos, muitas vezes, para isto como uma dificuldade, porque muitas das paróquias, vigararias, estava tudo muito mobilizado para a organização prática da receção dos peregrinos, e tínhamos algum receio que os símbolos viessem a causar transtorno”, revelou João Clemente.

O responsável pela Pastoral Juvenil do Patriarcado de Lisboa explica que “a passagem dos símbolos é sempre muito cansativa”, porque andam “sempre de paróquia em paróquia”, e realça que peregrinaram pelos 22 municípios deste território, começaram pelo norte, por Alcobaça, e terminaram na capital portuguesa, “numa grande celebração desde os Paços do Concelho até à Sé”.

“Foi muito, muito importante, até pela forma criativa, pelo programa. Durante aqueles 23 dias, vimos de tudo, os símbolos andaram em quase todos os transportes públicos e privados que há na Diocese de Lisboa, andaram de trator, grande parte da diocese é rural, andaram de barco no Tejo, no Atlântico”, salientou.

Uma comitiva com cerca de 100 portugueses de todas as dioceses católicas de Portugal vão estar este sábado e domingo, dias 23 e 24 de novembro, no Vaticano, para a passagem dos dois símbolos aos jovens sul-coreanos, a Arquidiocese de Seul, na Coreia do Sul, vai acolher a próxima edição internacional da JMJ, em 2027.

Para João Clemente, a peregrinação da Cruz da JMJ e do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani tem “dois grandes objetivos”, num nível interno da Igreja Católica “para fazer comunidade”, e, “prioritariamente, como evangelização, como saída”.

“Servem como evangelização, como testemunho, como anúncio, o facto de os símbolos circularem pelos espaços públicos, por todos os lugares, por escolas, por praças, por estações de comboio, é uma oportunidade de anúncio, e isso é para mim o mais importante e foi o mais importante”, desenvolveu, acrescentando que as comunidades, ao terem de preparar-se para “carregar os símbolos, terem que dinamizar, também vão ganhando corpo”.

“Houve muita gente que se confrontou de uma forma positiva com os símbolos”, destacou João Clemente, no Programa ECCLESIA, desta sexta-feira, na RTP2, que contou também com a presença do padre Filipe Diniz, assistente religioso do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ).

Portugal recebeu os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude dos jovens do Panamá em novembro de 2020, numa celebração presidida pelo Papa Francisco no Vaticano, devido à pandemia do coronavírus Covid-19 a cruz e o ícone mariano ficaram na Sé de Lisboa, a peregrinação começou em julho de 2021, por Angola, depois Polónia, e Espanha, regressando a território nacional, pela Diocese do Algarve, no final de outubro desse ano.

O Programa ‘70×7’ deste domingo, dia em que a Igreja Católica celebra a Jornada Mundial da Juventude 2024 (Solenidade de Cristo, Rei do Universo), num âmbito diocesano, destaca a passagem dos símbolos da JMJ para a delegação de Seul, na Basílica de São Pedro, exibido pelas 17h35 na RTP2.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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