JMJ 2023: Via-Sacra no Parque Eduardo VII traz a Lisboa reflexão sobre condição juvenil, nos cinco continentes

Jovens apresentam ao Papa preocupações sobre guerra, desemprego, solidão, dependência digital, perseguição religiosa e alterações climáticas

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 04 ago 2023 (Ecclesia) – Jovens dos cinco continentes vão hoje apresentar ao Papa, em Lisboa, preocupações sobre temas como a guerra, desemprego, solidão, dependência digital, perseguição religiosa e alterações climáticas.

As questões estão presentes nas reflexões para a Via-Sacra a que Francisco vai presidir,  no Parque Eduardo VII, pelas 18h00.

A primeira meditação fala num futuro “tirado” às novas gerações, dando início a uma série de alertas, que evocam, entre outros, “muitas pessoas que tentam desesperadamente fugir de situações desumanas”.

“Fogem da guerra, da fome, da falta de água, das perseguições políticas. A sua casa deixou de ser o seu abrigo e passou a ser o lugar provável da sua morte”, pode ler-se, no texto disponível na aplicação móvel oficial da JMJ Lisboa 2023.

As meditações abordam as tradicionais 14 estações – momentos ligados à prisão, julgamento e execução de Jesus Cristo, na tarde do próximo dia 4 de agosto.

“Hoje, só conta quem produz. Não contam os idosos, não contam as pessoas com deficiência, não contam os desempregados, não contam os sonhadores”, lamentam.

Dizem-nos que a vida está cheia de oportunidades, mas é difícil ver onde estão essas oportunidades quando o dinheiro não chega, quando não se consegue arranjar trabalho e quando ter acesso à educação é, na prática, muitas vezes impossível”.

A reflexão sobre a condição juvenil aponta ao impacto da intolerância, perseguição religiosa ou da violência, com referência a “guerras, atentados, tiroteios em massa, mas também violência nos casamentos e nos namoros, abusos de crianças, bullying, abusos de poder”.

Os jovens autores apresentam várias referências à dependência digital, que fomenta o individualismo e a solidão.

“Vivemos numa terra de espelhos onde o que conta é a aparência, a imagem. Selfies e mais selfies. A tirania do corpo certo e do sorriso perfeito. Fotos de si mesmo nas redes sociais em poses cuidadosamente estudadas. Posts artificiais à espera dos likes dos outros”, advertem.

Questões ligadas a problemas de saúde mental e a distúrbios alimentares também surgem nos textos, que abre espaço para a interrogação sobre o futuro do planeta.

“Assistimos ao consumo descontrolado dos recursos da terra, à extinção de espécies, à devastação de florestas. Assistimos assustados às alterações climáticas e sentimo-nos muito inseguros em relação ao futuro. E tudo isto associado a estilos de vida desequilibrados que fazem com que alguns morram à fome enquanto outros fiquem doentes por comerem demais”, advertem.

Senhor, ensina-nos a ter estilos de vida mais simples, mais solidários, mais conscientes das consequências, mais próximos do essencial. Mais parecidos contigo”.

Joana Andrade, responsável pela espiritualidade da semana da JMJ Lisboa 2023, precisa que o foco desta celebração são as “fragilidades dos jovens”, no mundo atual.

“A lógica é percorrer os passos de Jesus para o Calvário, enquanto jovens: sempre que caímos, saber que Jesus nos ajuda a levantar e que não estamos sozinhos neste caminho”, diz à Agência ECCLESIA.

O padre Nuno Amador, da Direção de Pastoral e Eventos do Comité Organizador Local (COL), aponta a meditações “muito existenciais”, em ligação às dificuldades das novas gerações.

“Procuramos que, nas 14 estações, fossem refletidas as fragilidades dos jovens do mundo inteiro”, assume.

OC

 

JMJ2023: «Vulnerabilidade» é tema central da Via-Sacra – padre João Goulão

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