Jesuítas: Revista «Brotéria» evoca o padre António Vaz Pinto, na edição de outubro

«António Vaz Pinto foi um dileto filho das grandes reformas conciliares dos anos 60» – Padre António Júlio Trigueiros

Foto Brotéria

Lisboa, 11 out 2022 (Ecclesia) – A Revista ‘Brotéria’, da Companhia de Jesus (Jesuítas) em Portugal, faz uma “singela evocação” ao seu penúltimo diretor (entre 2008 e 2016), o padre António Vaz Pinto, “figura marcante da Igreja em Portugal”, na edição de outubro 2022.

“António Vaz Pinto foi um dileto filho das grandes reformas conciliares dos anos 60, que se traduziram no modo como abraçou a sua missão. Entrado na Companhia de Jesus em 1965, em pleno Concílio Vaticano II, a sua ação será muito marcada pelo ‘aggiornamento’ que a própria Companhia pós-conciliar viveu”, escreveu o padre António Júlio Trigueiros, no editorial da mais recente edição, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O padre António Vaz Pinto, que faleceu aos 80 anos, no dia 1 de julho de 2022, em Lisboa, cidade onde nasceu a 2 de junho de 1942, e foi ordenado presbítero em 1974.

O sacerdote Jesuíta foi o penúltimo diretor da ‘Brotéria’, função que exerceu entre 2008 e 2016, e, desses anos “ficaram o empenho que colocou em se rodear de um sólido conselho de redação, os convites a muitas figuras marcantes da cultura portuguesa para escrever”, as “curtas reflexões” sobre temas de atualidade, e os “muitos esforços por melhorar a sustentabilidade” da publicação.

O padre António Júlio Trigueiros, quando o padre António Vaz Pinto escreveu o seu primeiro editorial como diretor, “uma breve reflexão sobre a identidade da Brotéria”, em novembro de 2008, afirmou que a revista tem como foco «uma adesão refletida e inteligente aos valores e raízes cristãos (…) que são a sua razão de ser», e, também, o “desejo explícito de integração crítica na cultura contemporânea e de permanente diálogo intercultural com o mundo”.

A Companhia de Jesus está a celebrar os 120 anos da ‘Brotéria’, o padre António Júlio Trigueiros recorda que no “seu primeiro centenário”, em 2002, o filósofo Eduardo Lourenço escreveu no prefácio do volume comemorativo que a revista no seu permanente esforço de ‘aggiornamento’ (atualização) procura esposar o “espírito do tempo” sem ceder a ele.

“As palavras de Eduardo Lourenço poderiam aplicar-se muito bem à personalidade de António Vaz Pinto”, escreveu o sacerdote Jesuíta, no editorial Brotéria outubro 2022 intitulado ‘Esposar o espírito do tempo sem ceder a ele’.

Em setembro de 1902 foi publicado o primeiro número da revista ‘Brotéria’, e, em janeiro de 2020, foi relançada como projeto cultural, com o mesmo nome, no Bairro Alto de Lisboa, junto à igreja de São Roque, um “lugar de memória afetiva para os jesuítas portugueses”, e passou a ser programação cultural e galeria de arte, revista e biblioteca.

CAIXA/Sombreado

O jesuíta António Vaz Pinto, que faleceu na sequência de doença prolongada, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, destacou-se por diferentes missões pastorais e sociais, nomeadamente a coordenação do Alto Comissário para as Migrações e Minorias Étnicas e a criação dos ‘Leigos para o Desenvolvimento’ e do Banco Alimentar Contra a Fome.

Entre 1998 e 2005 foi assistente nacional da Comunidade de Vida Cristã (CVX); trabalhou, durante vários anos, na Rádio Renascença, onde foi assistente entre 1984 e 1997, colaborando com vários órgãos de comunicação social, incluindo a ECCLESIA.

A 30 de janeiro de 2006 foi distinguido pelo presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

CB/OC

 

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