Jesuítas: «A pressa estraga tudo», afirma o padre Vasco Pinto de Magalhães, nos 50 anos de ordenação sacerdotal

Camtil, centros universitários, Ala dos Namorados, Damas e Valetes, Centro de Bioética e Grupo ao 3º dia estão entre os projetos que criou ou ajudou a criar, a que se juntam perto de duas dezenas de obras publicadas

Foto Agência ECCLESIA/PR

Lisboa, 12 jul 2024 (Ecclesia) – O padre Vasco Pinto de Magalhães assinala hoje, 12 de julho, 50 anos de ordenação sacerdotal, menos de três meses após o 25 de abril que recorda como um tempo “tenso”, afirma que sempre se interessou pelo “acompanhamento”, sem pressa.

“A pressa estraga tudo. A pressa come coisas, passa por cima, não consegue distinguir o que é mais importante”, afirma o sacerdote jesuíta.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, emitida no programa Ecclesia de hoje, na RTP2, às 13h57, denuncia a pressa “de resolver, de fazer o curso, de ser feliz, de experimentar”.

“A pressa é perigosa, é muito perigosa”, afirma, alertando para a necessidade de “dar tempo ao tempo”.

O nosso mundo, oferecendo tanta coisa e com tanta competição, cria muitas vezes dificuldades da aceitação pessoal. Estamos cheios de modelos e vamos atrás disso: os felizes são estes… E a cultura, de alguma maneira, cultiva a competição, não é a competência”.

O padre Vasco Pinto de Magalhães nasceu no dia 14 de junho de 1941, foi ordenado sacerdote no dia 12 de julho de 1974, na igreja do Colégio de São João de Brito, em Lisboa, com o padre António Vaz Pinto, a aponta o acompanhamento como a missão que sempre assumiu, não porque “goste de ser conversador”, mas porque se dedicou “à escuta” e é capaz de “ouvir os problemas dos amigos”.

“Há todo um trabalho de ajudar as pessoas a motivarem-se para não ficar no imediatismo ou atrás das filosofias emotivistas, que são uma doença grave, para ajudar as pessoas a cultivar a distância crítica e o pensamento crítico”, referiu.

Foto Agência ECCLESIA/PR

Para o padre Vasco Pinto de Magalhães, a família é a instituição mais atacada, nomeadamente por causa das “ideologias à roda da ideologia de género” que “destroem a família”.

Ao longo de 50 anos de ordenação sacerdotal, o padre Vasco Pinto de Magalhães trabalhou nos Colégios da Companhia de Jesus, nomeadamente em Santo Tirso logo após ser padre, fundou com o padre António Vaz Pinto e o padre Alberto Brito, o Centro Universitário Manuel da Nóbrega, em Coimbra, e outros centros universitários, criou os campos de férias para adolescentes e jovens, o Camtil, acompanhou namorados no grupo “Ala dos Namorados” e “Damas e Valetes” e ajudou a fundar o Centro de Bioética, assim como o “Grupo ao 3º Dia”.

“O Olhar e o Ver”, “Não Há Solução, Há Caminhos”, “Onde Há Crise, Há Esperança”, “Só Avança quem Descansa”, “Quem não cresce, decresce”, “Ressurreição” são alguns dos títulos que publicou.

O padre Vasco Pinto de Magalhães frequentou o Colégio de São João de Brito, antes de entrar na Companhia de Jesus, e afirma que a questão de descobrir a “vontade de Deus” está na origem da sua decisão de ser jesuíta.

A morte da namorada e o livro “O pensamento do Padre Teilhard de Chardin”, oferecido por António Alçada Batista, no início dos anos 60, motivaram a decisão de deixar o quarto ano de engenharia e entrar no noviciado dos jesuítas.

Na entrevista à Agência ECCLESIA, publicada integralmente, o padre Vasco Pinto de Magalhães recorda que herdou do pai a pedagogia do desporto, nomeadamente do râguebi que praticou, e da mãe a serenidade e a capacidade de ouvir.

“Devo muito a muita gente”, afirmou!

PR

Entrevista: «Devo muito a muita gente», afirma o padre Vasco Pinto de Magalhães, nos 50 anos de ordenação sacerdotal

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Agência ECCLESIA

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