Iraque: 10 mil pessoas trabalham na segurança durante passagem do Papa pelo Curdistão

Autoridades políticas e religiosas esperam que Francisco promova paz e diálogo no país

Cidade do Vaticano, 26 fev 2021 (Ecclesia) – O arcebispo caldeu de Erbil, no Iraque, disse que 10 mil pessoas estão envolvidas na segurança durante a passagem do Papa pelo Curdistão, na viagem que decorre de 5 a 8 de março.

“As autoridades estão a tratar da segurança do Papa com muita seriedade, empregando 10 mil seguranças”, referiu D. Bashar Warda, em declarações à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), divulgadas pelo portal de notícias do Vaticano.

A primeira viagem internacional de Francisco desde o início da pandemia é também a primeira de um Papa ao Iraque; em fevereiro de 2019, o atual pontífice foi também o primeiro a visitar a Península Arábica, numa viagem a Abu Dhabi.

No Iraque, a pandemia de Covid-19 impede que o Papa visite mais locais, limitando ainda a participação na Missa a que vai presidir no Estádio de Erbil – com a presença prevista de 10 mil pessoas, um terço da lotação.

A celebração, no dia 7 de março, vai contar com a exposição da imagem de Nossa Senhora de Karemlesh, danificada pelos terroristas do Estado Islâmico.

Dos cerca de 1,5 milhões de cristãos que viviam no Iraque antes da segunda Guerra do Golfo, em 2003, estima-se que permaneçam 250 mil, uma diminuição de mais de 80% acentuada, a partir de 2014, pelos ataques do Daesh.

O Vaticano espera que a visita do Papa incentive os cristãos iraquianos a regressar às suas terra de origem.

A comunidade caldeia (rito oriental da Igreja Católica) no Iraque reza na mesma língua de Jesus, o aramaico, e sobrevive há cerca de 2 mil anos sem nunca ter tido um rei ou um império cristão no território.

O responsável da Santa Sé para as Igrejas Orientais, cardeal Leonardo Sandri, admitiu que “a viagem não está isenta de riscos” em entrevista ao jornal argentino ‘La Nación’, confiando na colaboração com o Governo iraquiano.

O presidente do Iraque, Barham Salih, considerou que a visita do Papa vai levar uma mensagem de “paz e tolerância” a todos os iraquianos, para calar “os extremistas e fanáticos”.

Francisco vai reunir-se com o aiatola Ali Sistani, máxima autoridade xiita do país.

Para o arcebispo caldeu de Erbil, Al Sistani é “um homem de paz que condena a corrupção desenfreada da nação”.

“O encontro entre as duas personalidades certamente terá um impacto positivo na ideia que os xiitas têm de nós, cristãos”, assinala D. Bashar Warda.

O responsável caldeu admite que “alguns religiosos fundamentalistas estão a assumir uma postura hostil”, já que “qualquer coisa que venha do Ocidente é considerada por eles como uma cruzada”.

Outra dificuldade que a viagem vai enfrentar é a pandemia, num país que registou na última semana uma média de mais de 4 mil casos diários.

Bagdad, Ur, Erbil, Mossul e Qaraqosh são os locais que que o Papa vai visitar nesta viagem apostólica.

OC

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