II Concílio do Vaticano: O olho visionário de D. Manuel Falcão

No dia do encerramento das jornadas nacionais de comunicação social, que decorreram em Fátima e subordinadas ao tema «Pensar a comunicação na Igreja Católica em Portugal» uma figura da igreja portuguesa merece ser recordada na área da comunicação social: D. Manuel Franco Falcão.

No dia do encerramento das jornadas nacionais de comunicação social, que decorreram em Fátima e subordinadas ao tema «Pensar a comunicação na Igreja Católica em Portugal» uma figura da igreja portuguesa merece ser recordada na área da comunicação social: D. Manuel Franco Falcão.

O II Concílio do Vaticano (1962-65) e os actos preparatórios entraram na casa dos portugueses e na comunicação social devido ao zelo pastoral e ao olho visionário de D. Manuel Franco Falcão. Não foi o único, mas a ele se deve muito do que se noticiou em Portugal sobre este acontecimento magno da Igreja.

Falecido a 21 de fevereiro de 2012, o bispo emérito de Beja teve um passado glorioso na imprensa de inspiração católica. Fundou o Boletim de Informação Pastoral (BIP), em Maio de 1959, no seguimento da criação pelo episcopado português (janeiro do mesmo ano) do Secretariado de Informação Religiosa.

O então padre Manuel Falcão, mais tarde cónego do Patriarcado e, posteriormente, bispo auxiliar de Lisboa teve um papel central na divulgação do II Concílio do Vaticano no nosso país. Através da sua pena, tal como dos diversos colaboradores, as notícias conciliares chegam aos lares dos portugueses.

Este órgão surgiu numa época exaltante que coincidiu com o anúncio da convocação do Concílio, com a sua realização e com os primeiros passos orientadores deste ato eclesial. Teve o seu fim em 1970, com um número duplo. Nesse editorial lia-se: “O que se passa é que o BIP de facto nunca foi um órgão de informação das vicissitudes da vida da Igreja. O que se passa é que não podemos ser nós os responsáveis pela eventual definição de uma política pastoral que não está feita e cuja existência faz «perder o pé»”. (Osório, Rui; In: Voz Portucalense 29 Fevereiro de 2012).

Ficou a confissão do sonho por realizar: “(…) desejaríamos que o BIP fosse de verdade um espelho fiel da Igreja em Portugal. Não apenas nas falhas confessadas e nas lacunas insofridas, mas sobretudo na coragem de ver os sinais que já não falam e na vontade de ler, em coerência, os novos sinais que têm coisas para dizer”.

Não se pode afirmar que D. Manuel Falcão tinha o «dom» da sinestesia, mas quando pronunciava a expressão «II Concílio do Vaticano», o prelado saboreava o conteúdo e visualizava a sua concretização.

Como dizia no editorial do BIP nº 16 (Janeiro-Março de 1962), o ano do Concílio ficará “na história da Igreja como marco miliário a assinalar o termo de uma época e o início de outra.

LFS

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