II Concílio do Vaticano: Cardeal Bea, um pioneiro do ecumenismo

Quando se celebra mais uma Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos – este ano centrado no tema «Dá-me de Beber» – convém recordar o cardeal Agostinho Bea, um pioneiro do ecumenismo e do diálogo entre Judaísmo e Catolicismo e um dos pilares do II Concílio do Vaticano (1962-1965).

Quando se celebra mais uma Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos – este ano centrado no tema «Dá-me de Beber» – convém recordar o cardeal Agostinho Bea, um pioneiro do ecumenismo e do diálogo entre Judaísmo e Catolicismo e um dos pilares do II Concílio do Vaticano (1962-1965).

O cardeal alemão Agostinho Bea SJ (Riedböhringen, 28 de maio de 1881 — Roma, 16 de novembro de 1968) e outros peritos ecuménicos compreenderam a necessidade de um melhor conhecimento e de uma estreita aproximação com as diversas igrejas e crenças. Para o cardeal jesuíta havia uma longa tradição a prosseguir e os tempos daquela época urgiam.

Foi uma personagem cimeira da Assembleia magna realizada no Vaticano em 4 sessões e foi, em 1960, nomeado presidente do novo Secretariado para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cargo que ocupou até à morte. Com o concílio convocado pelo Papa João XXIII e continuado pelo Papa Paulo VI a “aproximação das igrejas ganhou novo dinamismo e, hoje, faz parte, podemos dizer, da própria essência da Igreja” (Cf. Manuel Augusto Rodrigues, In: «Correio de Coimbra», 17 de Janeiro de 2013).-

O decreto conciliar “Unitatis Redintegratio» (21 de Novembro de 1964) foi um facto assinalável na caminhada pelo diálogo entre cristãos, o mesmo se podendo dizer da declaração «Nostra Aetate» sobre as religiões não cristãs em que se louvam os valores de algumas religiões.

Com a valiosa ação do cardeal Agostinho Bea, o II Concílio do Vaticano realizou um excelente trabalho em prol das relações da igreja com outras religiões e culturas. Tomando como ponto de partida a sua área de especialidade, a Sagrada Escritura, começou pelo problema judaico. Pesou, certamente, no espírito deste cardeal que era um entre milhões de alemães que acompanharam de perto os horrores anti-semíticos da II Guerra Mundial (1939-1945).

Este cardeal jesuíta presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária de maio, em Fátima, (12 e 13) de 1964 e que contou com cerca de 500 mil pessoas. A peregrinação, que contou com cerca de 500 mil pessoas, teve várias intenções: “Agradecer a Deus o êxito da peregrinação de Paulo VI à Terra Santa; Pedir a união dos cristãos e o pleno êxito do II Concílio do Vaticano; Pedir a santificação das famílias, o aumento das vocações e a paz no mundo e, particularmente, no ultramar português”.

O cardeal Bea foi um dos pilares do II Concílio do Vaticano e, nas celebrações do centenário do seu nascimento, o Papa (canonizado recentemente) João Paulo II realça que “três documentos” foram especialmente caros ao Cardeal Bea e “não cessaram de inspirar numerosas iniciativas da Igreja”.

LFS

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