II Concílio do Vaticano: A expectativa da primeira encíclica de Paulo VI

A expectativa que antecedeu a publicação da primeira encíclica de Paulo VI, a 6 de agosto de 1964, é talvez só comparável à surpresa que a sua leitura causou, surpresa que nasceu, não tanto das afirmações do sucessor de João XXIII, mas do contraste entre o teor da «Ecclesiam Suam», e o da «Pacem in Terris» por exemplo.

A expectativa que antecedeu a publicação da primeira encíclica de Paulo VI, a 6 de agosto de 1964, é talvez só comparável à surpresa que a sua leitura causou, surpresa que nasceu, não tanto das afirmações do sucessor de João XXIII, mas do contraste entre o teor da «Ecclesiam Suam», e o da «Pacem in Terris» por exemplo.

Foi de tal maneira “grande e impressionante” o cunho dado pelo Papa que convocou o II Concílio do Vaticano à vida da Igreja e ao exercício do ministério pontifício, que a grande interrogação que muitas pessoas fizeram na altura era saber até que ponto se continuava ou alterava a orientação de João XXIII.

A primeira encíclica do Papa Paulo VI “não só é profundamente diferente das encíclicas anteriores como tem um estilo tão próprio e até tão novo, que não suporta facilmente uma comparação com outras encíclicas”. (In: Boletim de Informação Pastoral; Ano VI; 1964; Outubro-Novembro; Nº 34).

O padre jesuíta Robert Rouquette escreveu na revista «Études» que a «Ecclesiam Suam» era uma “encíclica verdadeiramente epistolar”. Paulo VI escreveu realmente uma carta, e não um tratado, carta essa que dirigiu, não só aos bispos, ao clero e aos fiéis, mas também a todos os homens de boa vontade. “Mais exactamente, pela leitura da encíclica, diríamos que escreveu aos bispos uma carta aberta, para ser lida também por todos os homens”. (In: Boletim de Informação Pastoral; Ano VI; 1964; Outubro-Novembro; Nº 34)

O estilo epistolar da «Ecclesiam Suam» torna-se mais evidente nos pequenos e numerosos apartes que o Papa Paulo VI dirige aos bispos em “tom de conselho, de advertência ou de encorajamento”, nas frequentes alusões ao trabalho que o II Concílio do Vaticano estava a realizar e ao qual o Papa Montini não pretendia sobrepor-se.

A impressão dominante que a leitura do texto deixa ao leitor é que se trata de uma «carta magna» da acção pastoral da Igreja. Esta encíclica é de facto um escrito de circunstância, elaborado em vésperas da terceira sessão do II Concílio do Vaticano (1962-65). A «Ecclesiam Suam», juntamente, com as decisões do II Concílio do Vaticano estão na base da futura Teologia Pastoral.

Depois de uma introdução onde se resume todo o pensamento de Paulo VI, «Ecclesiam Suam» desenvolve três fases principais que se podem chamar: Dinâmica pastoral da Igreja; consciencialização; a reforma e o diálogo».

LFS

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Agência ECCLESIA

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