Igreja timorense agradece legado português

D. Basílio do Nascimento inaugurou encontro das presidências dos episcopados católicos lusófonos em Díli

Díli, 06 set 2012 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Timorense (CET) agradeceu hoje em Díli o legado deixado pelos portugueses no país, que acolhe pela primeira vez a reunião das presidências dos episcopados lusófonos da Igreja Católica.

“Este encontro é uma oportunidade, para que nós timorenses, em particular a Igreja em Timor, manifestemos uma profunda gratidão a Portugal e sobretudo aos missionários portugueses, que trouxeram o grão de mostarda do Evangelho há quase quinhentos anos e hoje, pode dizer-se, se transformou em árvore frondosa”, declarou D. Basílio do Nascimento, bispo de Baucau, na abertura do encontro.

Segundo este responsável, Timor-Leste deve “três coisas” aos portugueses: “O conhecimento e a fé em Jesus Cristo pela proclamação do Evangelho; o humanismo, que é uma consequência da evangelização; e o espírito de desenrasque, que não sei se é uma virtude evangélica mas que tem funcionado primorosamente em muitas situações da nossa história, se não em todas, mesmo ou sobretudo na guerra”.

“Na pessoa de D. Manuel Clemente, vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, vai um profundo agradecimento à Igreja em Portugal, que nos gerou para a fé e imprimiu um rumo ou rumos diferentes à nossa história neste contexto asiático”, prosseguiu o presidente da CET.

Nove bispos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste estão reunidos até segunda-feira, para analisar dois temas centrais: o avanço das seitas e o desenvolvimento sustentável.

D. Basílio do Nascimento sublinhou que o encontro “ultrapassa o âmbito meramente eclesial” e evocou “os 500 anos da presença portuguesa em Timor, interrompida politicamente, mas não afetivamente durante 24 anos pela ocupação indonésia”.

“Este nosso encontro está a merecer muita atenção da parte das embaixadas deste lado do mundo, bem como de várias organizações internacionais não-governamentais, sobretudo da parte do mundo anglo-saxónico, que não compreendem esta afetividade quase mórbida entre o colonizador e os colonizados, hoje nações independentes”, asseverou.

O bispo de Baucau mostrou ainda preocupação perante as “experiências de minagem da fé e de pertença à Igreja Católica” nos vários contextos sociais e eclesiais.

OC

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