Igreja/Sociedade: Ritmos atuais exigem «meios pastorais diferentes» – D. Manuel Clemente

Cardeal-patriarca de Lisboa participou em Fátima na apresentação do livro «A Pastoral nas grandes cidades»

Fátima, 09 nov 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa diz que a Igreja Católica precisa de reconfigurar as suas estruturas pastorais, sobretudo nos grandes centros urbanos, porque “a realidade do mundo é outra”.

Em declarações aos jornalistas, depois da apresentação do livro ‘A Pastoral das grandes cidades’, em Fátima, D. Manuel Clemente apontou que “as respostas da Igreja hoje ainda são herdeiras de um mundo que era predominantemente rural”.

Um contexto onde “apareceram as paróquias, onde toda a gente se conhecia, onde a maior parte das pessoas nasciam, viviam, morriam no mesmo sítio”.

“Grande parte das pessoas hoje estão aqui e amanhã estão acolá”, apontou o cardeal-patriarca de Lisboa, que salientou um ritmo que faz com que muitas vezes as pessoas sejam “urbanas de semana”, porque trabalham na cidade, “rurais ao fim de semana”, porque vão até à sua terra, e “litorais no Verão”, porque descansam na praia.

E em todos estes meios a Igreja Católica tem de conseguir estar com “meios pastorais diferentes”, complementou.

A obra ‘A Pastoral das grandes cidades’, compilada pelo arcebispo emérito de Barcelona, o cardeal Lluís Martínez Sistach, surgiu a partir de um congresso internacional sobre a ação da Igreja no meio urbano, e que teve lugar em 2014, repartido pelas cidades de Barcelona e no Vaticano.

Neste livro, o prelado espanhol lembra que mais de 50 por cento da população mundial está hoje concentrada em grandes centros urbanos, o que deve levantar interpelações às estruturas eclesiais, não só aos responsáveis católicos, os bispos e sacerdotes, mas também aos leigos.

“Quando o Papa diz ‘uma Igreja em saída’, quer dizer que quem habitualmente está na celebração tem de se sentir motivado a levar isso fora e às vezes até aos vizinhos de prédio, que não são praticantes”, sustentou.

Paralelamente a esta reconfiguração geográfica e social, que exige maior capacidade de “acolhimento”, está a revolução tecnológica que trouxe uma nova linguagem e maior agilidade à comunicação.

“A convocação já não é só o sino da igreja a chamar para a missa não é? Pode ser uma mensagem, um sms, pode ser uma notícia posta para logo à noite e aparece gente. E temos que nos ir adaptando à realidade de hoje”, conclui D. Manuel Clemente.

Com a chancela da Paulus Editora, o livro ‘A Pastoral nas grandes cidades’ já está disponível nas livrarias portuguesas.

JCP

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