Francisco manifestou também preocupação com os refugiados sírios, em encontro com os bispos do Sínodo da Igreja greco-melquita
Cidade do Vaticano, 20 jun 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco incentivou hoje quem quer “colaborar com o Pai celeste na construção do futuro” a fazê-lo com os “irmãos e irmãs migrantes e refugiados”, numa publicação sobre o Dia Mundial do Refugiado, no Twitter.
“Se queremos colaborar com o nosso Pai celeste na construção do futuro, façamo-lo juntamente com os nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”, lê-se na conta @pontifex, em português, na rede social Twitter.
No Dia Mundial do Refugiado promovido pela ONU, que se assinala anualmente a 20 de junho, o Papa acrescenta que “o futuro começa hoje e a partir de cada um”, concluindo com o hashtag (marcador) #WorldRefugeeDay.
Se queremos colaborar com o nosso Pai celeste na construção do futuro, façamo-lo juntamente com os nossos irmãos e irmãs #migrantes e #refugiados. Construamo-lo hoje, porque o futuro começa hoje e a partir de cada um de nós. #WorldRefugeeDay
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) June 20, 2022
Na manhã desta segunda-feira, Francisco recebeu os membros do Sínodo da Igreja greco-melquita (católicos de rito bizantino) numa audiência onde recordou a “amada e martirizada Síria”, os “milhares de mortos e feridos”, e os “milhões de refugiados dentro do país e no exterior”.
O Papa afirmou que o conflito no Leste da Europa, na Ucrânia, “não deve fazer esquecer” a guerra na Síria, que dura há doze anos, e recordou que no seu primeiro ano de pontificado, foi eleito a 13 de março de 2013, foi convocada uma noite de oração na Praça São Pedro onde também participaram muçulmanos.
“E ali nasceu essa expressão: ‘Amada e martirizada Síria’. Milhares de mortos e feridos, milhões de refugiados dentro do país e no exterior, a impossibilidade de iniciar a reconstrução necessária”, acrescentou.
“Não podemos permitir que a última faísca de esperança seja tirada dos olhos e corações dos jovens e das famílias! Portanto, renovo meu apelo a todos aqueles que têm responsabilidade, dentro do país e da Comunidade internacional, para que seja alcançada uma solução equilibrada e justa para a tragédia na Síria.”
Francisco refletiu também sobre a preocupação que tem com os bispos da Igreja greco-melquita em relação à sobrevivência dos cristãos no Médio Oriente, por exemplo, e pediu que “eliminem todo tipo de fofoca”, afirmando que “o povo se escandaliza”.
O portal ‘Vatican News’ informa que os greco-melquitas são católicos de rito bizantino com uma presença forte no Médio Oriente, são os antigos Patriarcados de Antioquia, Jerusalém e Alexandria.
No âmbito do Dia Mundial do Refugiado, o portal informativo do Vaticano também publicou uma entrevista com o núncio apostólico em Damasco, o cardeal Mario Zenari que lamentou que “a Síria desapareceu do radar dos media internacional”, com a pandemia Covid-19, “a crise no Líbano”, e agora a guerra na Ucrânia, que “prejudicou ainda mais” a crise no país.
“A Síria continua com uma das crises humanitárias mais graves do mundo. Basta dizer que, além das inúmeras mortes causadas por este conflito, há cerca de 14 milhões de pessoas, das 23 milhões do passado, que estão fora de suas casas, fora de seus vilarejos, fora de suas cidades”, desenvolveu o cardeal.
O núncio em Damasco desde 2008, que está em Roma a participar na reunião plenária das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco), contabilizou ainda que “cerca de 7 milhões de pessoas desalojadas internamente”, às vezes, vivem “sob as árvores ou em barracas sujeitas às intempéries”, e o inverno foi “particularmente rigoroso”, para além dos “milhões de refugiados nos países vizinhos”.
CB