Igreja/Sociedade: Padre Lino Maia alerta para a violência contra as mulheres em Portugal

Porto, 12 nov 2014 (Ecclesia) – O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS alertou hoje que “apesar” de Portugal estar entre os dez países com menos vítimas a realidade “não deixa de ser chocante”.

O padre Lino Maia contextualiza que um estudo europeu recente revelou que “mais de metade das portuguesas” reconhece que a violência contra mulheres é “muito comum” apesar de “62 por cento garantirem não conhecer casos no círculo familiar e de amigos”, um número que aumenta em ambiente “laboral e estudantil”.

Num artigo intitulado ‘A violência contra as mulheres’, publicado na mais recente edição do semanário diocesano portuense 'Voz Portucalense', o presidente da CNIS assinala que a “constatação” da violência contra as mulheres está “bastante acima da média europeia” mas alerta que “perto de um quarto das portuguesas tem pelo menos um caso de agressão para contar”.

Dos restantes 30 por cento, o padre Lino Maia explica que “desconhecem” leis que protegem as mulheres vítimas de violência doméstica e “outas tantas não sabem que há leis e políticas nacionais de prevenção”.

Para o sacerdote, a violência que baseia-se “na afirmação da superioridade de um sexo sobre o outro” e que é a “manifestação” de relações de poder “historicamente desiguais” originaram o “domínio e à discriminação” dos homens e “impediram o progresso pleno” das mulheres.

O artigo destaca também as frequentes formas de violência sobre as mulheres na família, como “a violência relacionada com o dote, a violação conjugal, a mutilação genital feminina”, e na sociedade em geral desde “o assédio e a intimidação sexual “no local de trabalho, nas instituições educativas e em outros locais”, ao tráfico de mulheres e a prostituição forçada.

“Duplamente pobres” foi a expressão sobre as mulheres que o Papa Francisco escreveu na exortação apostólica “A Alegria do Evangelho” porque para além de vítimas de “exclusão, maus tratos e violência” têm menos possibilidade de “defender os seus direitos”, recorda o padre Lino Maia.

CB

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