Igreja/Sociedade: «Ouvidoras de Santa Isabel», um projeto de escuta e acolhimento em Lisboa (c/vídeo)

Maria João Avillez alerta que «as pessoas estão mais sozinhas do que se pensa»

Lisboa, 10 mai 2022 (Ecclesia) – ‘Ouvidoras de Santa Isabel’ é um projeto de escuta, na paróquia homónima da cidade de Lisboa, constituído por sete mulheres que todas as terças-feiras estão na igreja, entre as 16h00 e as 18h00.

“Há a máxima confidencialidade e achamos que a partilha pode ser muito importante, e não necessariamente da cruz, do sofrimento, da aflição, da dúvida, da incerteza, pode ser das razões do sucesso, de uma grande alegria, de uma notícia muito boa”, disse hoje Maria João Avillez, em declarações à Agência ECCLESIA.

A mentora do projeto ‘Ouvidoras de Santa Isabel’, na cidade de Lisboa, salientou que “ouvir é uma palavra forte” e alertou que “as pessoas estão mais sozinhas do que se pensa”.

A entrevistada salienta que “semear, às vezes, exige paciência, tempo, maturação”, e o projeto ainda não recebeu ninguém que fosse especificamente à sua procura mas já apoiaram uma mãe ucraniana, que “ia a entrar na igreja em desespero”.

“Precisava de chorar, e percebemos que acima de tudo o que precisava era que a ouvissem, a causa do seu desespero: Não sabia do filho há 55 dias, que estava na Ucrânia a combater”, recordou Maria João Avillez, adiantando que a mulher ucraniana já regressou para partilhar que o filho tinha dado notícias.

As ‘ouvidoras’ estão todas às terças-feiras na igreja de Santa Isabel, entre as 16h00 e as 18h00, mas a responsável católica realça que a partir do momento em que aparece alguém que diz “a essa hora não posso”, são “suficientemente elásticas para imediatamente suprir isso”.

Neste momento, e até ao final de junho, esta disponibilidade para ouvir vai continuar a ser uma vez por semana mas, se verificarem que “há necessidade”, depois das férias de verão, podem “passar a duas vezes por semana”.

Maria João Avillez recorda que o Papa Francisco pediu “uma Igreja em saída”, e na sua interpretação “é ir ter com o outro, é acolhê-lo, o estender-lhe a mão, é o ouvi-lo”.

“Acho que a ‘Igreja em saída’ pode até começar por ouvir”, realçou, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

PR/CB/OC

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