Igreja/Sociedade: Centro de Reflexão Cristã procura novas linguagens para prosseguir missão (c/vídeo)

Inês Espada Vieira e José Leitão falam sobre futuro e legado da associação civil formada por cristãos

foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 22 nov 2023 (Ecclesia) – Inês Espada Vieira, nova presidente da direção do Centro de Reflexão Cristã (CRC), assume a missão com “muito sentido de serviço e muita inspiração”, na busca de novas linguagens para a missão desta associação.

“Nós já fizemos uma provocação neste sentido de criatividade ao Conselho Consultivo do CRC, onde o José Leitão está presente, para ajudar a direção a definir a estratégia em relação ao Sínodo e termos alguns temas alinhavados na linha do que o Centro de Reflexão Cristã tem tratado”, disse, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Neste contexto, a nova presidente da direção do Centro de Reflexão Cristã, eleita a 8 de novembro, destacou também temas como “a paz, os jovens, a pobreza, as desigualdades, as migrações, as mulheres”.

“Os propósitos desta nova direção são uma continuidade, agora, o CRC nunca foi continuísta, haverá certamente no futuro muito próximo esta relação com o passado recente e com o passado mais distante, com uma procura de novas linguagens, novos tempos, e de responder às solicitações de cada momento. Sabemos que o mundo muda inesperadamente”, desenvolveu Inês Espada Vieira.

A entrevistada destaca a capacidade de diálogo do CRC “com pessoas e temas não necessariamente católicos”, contributos ao espaço público português que “são uma das riquezas” e para ouvir o outro lado de pessoas que, “muitas vezes, não frequentam, não que não sejam católicos, mas que também não são ouvidos do lado de cá”.

“E depois esta liberdade de podermos encontrar temas, pessoas, épocas, quando podemos fazer uma reflexão que é aquela que é pedida no momento”, acrescentou, sobre este “espaço de cristãos não ligado à instituição formalmente”.

José Leitão, presidente cessante, indica a marca da atividade do Centro de Reflexão Cristã, “sempre uma linha na continuidade do Vaticano II”, que foi muito reforçada com o pontificado do Papa Francisco, que “foi o eixo fundamental da ação”, também uma valorização do património da associação “que é riquíssimo”.

O dirigente lembra que as ‘Conferências de Maio’ deste ano, por exemplo, foram “muito centradas num conjunto de legados”, nomeadamente dos economistas Manuela Silva e Alfredo Bruto da Costa, com quem, “num daqueles momentos inovadores” o CRC criou o Departamento de Pesquisa Social e “iniciou as primeiras reflexões sobre o combate à pobreza e à exclusão social”.

Os estatutos do Centro de Reflexão Cristã referem, entre outros, a “libertação do povo português”, o “serviço da evangelização” e a promoção do estudo da Teologia; Inês Espada Vieira, doutorada em Estudos de Cultura, assinala que “estão marcados pelo tempo, 1975”, ano da fundação desta associação civil formada por cristãos.

“Certamente, não se trata dessa libertação de 1975, mas sentirmo-nos livres e encontrar espaços e temas de uma reflexão com entrega, com pluralidade. Acho que isso continua a ser absolutamente necessário”, explicou, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

José Leitão acrescentou que se a libertação do povo português, “hoje, assume formas diversas” das de 1975, “uma marca do CRC é que também está do lado daquilo que é hoje a libertação do povo português”.

O Centro de Reflexão Cristã elegeu, em assembleia geral, os novos corpos sociais para o biénio de 2023-2025.

PR/BC/OC

Lisboa: Centro de Reflexão Cristã elegeu novos corpos sociais

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