Igreja: Santa Sé denuncia más condições de vida dos marinheiros

Dia Mundial do Mar celebra-se este domingo

Cidade do Vaticano, 13 jul 2014 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes (Santa Sé) alertou  para as dificuldades vividas pelos marinheiros e elogiou a ação da Igreja através do Apostolado do Mar.

“Neste domingo do mar, estamos convidados a tomar consciência dos desconfortos e das dificuldades que os marinheiros enfrentam diariamente e do precioso serviço desenvolvido pelo Apostolado do Mar em ser Igreja que testemunha a misericórdia e a ternura do Senhor para anunciar o Evangelho nos portos do mundo inteiro”, escreve o cardeal Antonio Vegliò, em texto enviado à Agência ECCLESIA.

O Conselho Pontifício destaca que os marinheiros, pelo trabalho desenvolvido, “são invisíveis aos olhos da sociedade”.

Nesse sentido, a mensagem para o Dia Mundial do Mar, que se celebra hoje, convida todos os cristãos “a olhar ao redor e a perceber que muitos objetos que da vida quotidiana chegam através do trabalho árduo e cansativo dos marinheiros”.

O Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes destaca que, atualmente, o mar é “um lugar privilegiado para a troca e o comércio global” porque “mais de 90% das mercadorias a nível mundial são transportadas por aproximadamente 100 mil navios” que navegam através de uma “força de trabalho com cerca de 1,2 milhões de marinheiros de todas as raças, nacionalidades e religiões”.

“A vida dos marinheiros é difícil e perigosa”, alerta o cardeal Antonio Vegliò que revela, através de dados da Organização Marítima Internacional (IMO), que, em 2012, “mais de 1000 marinheiros morreram por causa de naufrágios, colisões marítimas”.

A mensagem explica que a ação da Igreja realiza-se com a Obra do Apostolado do Mar, com mais de 90 anos, que “oferece a sua assistência pastoral à gente do mar” através dos centros Stella Maris onde os marinheiros “são bem recebidos, podem relaxar longe do navio e contactar os seus familiares”.

Os capelães destes centros “estão sempre disponíveis para oferecer assistência espiritual” e os voluntários “visitam diariamente” os marinheiros nos navios, nos hospitais e também os que são “abandonados em portos estrangeiros”, revela D. Antonio Vegliò.

O cardeal garante que o Apostolado do Mar se faz “voz de quem muitas vezes não têm voz, denunciando abusos e injustiças”, pela defensa dos direitos da gente do mar e “pedindo para a indústria marítima e aos governos que respeitem as convenções internacionais”.

O Conselho Pontifício realça ainda que a vida romântica e aventureira dos marinheiros apresentada em filmes e romances não é real uma vez que para além do risco de pirataria existem também “o perigo da criminalização e do abandono sem salário, comida e proteção em portos estrangeiros”.

CB/OC

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