Igreja/Portugal: Pastoral Juvenil quer evitar fuga dos jovens envolvidos na JMJ 2023

Novo diretor do Departamento Nacional sublinha necessidade de superar visão centrada na celebração de «grandes momentos» e apostar no acompanhamento

Foto: JMJ 2023/Duarte Nunes

Lisboa, 08 out 2023 (Ecclesia) – O novo diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) alertou para a necessidade de evitar a fuga dos jovens que estiveram envolvidos na preparação e celebração da recente JMJ, em Portugal.

Estes jovens que viveram a Jornada Mundial da Juventude quer como peregrinos, quer como voluntários – e essa expressão tem de ser também muito vincada -, quer como jovens, que nas suas famílias de acolhimento acolheram outros, e isto, somado com o ritmo que a vida hoje corre, não podemos esperar muito tempo para dar continuidade a isto”, disse Nuno Sobral Camelo à Agência ECCLESIA e Renascença.

Em entrevista conjunta, emitida e publicada hoje, o responsável aponta a comunicação e o acompanhamento dos jovens como prioridades do DNPJ, pela primeira vez é liderado por um leigo.

Nuno Sobral Camelo adverte que “já lá vai o tempo em que uma viola e quatro ou cinco músicas” chegavam para animar grupos de jovens, exigindo-se hoje um trabalho de “continuidade”.

“Temos de continuar a trabalhar muito depois disto, sobretudo para não cairmos no erro ou no exagero de apenas nos prepararmos para grandes momentos da Igreja, ou grandes momentos das juventudes da Igreja”, sublinha.

Há pressa em que se faça continuidade, porque daqui a dois meses, daqui a um mês, os jovens já estão noutro projeto, noutro país, possivelmente a estudar, já não estão aqui, em Janeiro já estão a retocar as suas vidas com outros projetos”.

O diretor do DNPJ assinala a importância de criar “canais, linguagens, formatos e metodologias para comunicar com jovens”, admitindo que “a Igreja ainda tem medo das tecnologias”.

“Se as nossas juventudes que viveram esta experiência se aproximam da Igreja e se permitem que a Igreja entre nas suas vidas, temos de aproveitar isso para fazer este trabalho que se quer de acompanhamento e de continuidade. Acho que esse é o desafio, na criação de uma identidade nacional”, acrescenta.

O plano estratégico para os próximos três anos, lançado este sábado, tem como mote ‘Chamados pelo nome’.

“A Igreja é uma porta aberta, tem de ser para ‘todos, todos, todos’ e ‘todos, todos, todos’ vão aparecer com as suas especificidades, porque não diz ‘todos, todos, todos iguais’, com as suas especificidades, projetos e dificuldades”, indica Nuno Sobral Camelo.

Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

Pastoral Juvenil: «Não podemos esperar muito tempo para dar continuidade» à JMJ – Nuno Sobral Camelo

 

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