Igreja: Pastoral do Turismo de Portugal incentiva à criação de serviço ligado ao setor, na estrutura do Vaticano

Encontro com equipas nacionais de Itália e Espanha foi acompanhado pelo cardeal Peter Turkson

Lisboa, 27 jul 2021 (Ecclesia) – O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT) de Portugal considerou necessária a criação de “um grupo de trabalho” ligado a este setor no Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, da Santa Sé.

“Seria muito importante que o Vaticano, na estrutura do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, pudesse ter um grupo de trabalho que abordasse os temas ligados à Pastoral do Turismo e que pudesse permitir a troca de boas páticas, bem como a definição de orientações específicas”, disse o padre Miguel Neto, esta segunda-feira, numa reunião online com o responsável do organismo, cardeal Peter Turkso.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a ONPT, organismo da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), informa que participaram na reunião o cardeal Turkson, prefeito do dicastério, e os responsáveis pela Pastoral do Turismo de Itália e de Espanha, respetivamente os padres Gionatan de Marco e Gustavo Riveiro D’Angelo.

“Creio que esta primeira reunião nos abre portas para a realização de atividades partilhadas, de forma que possamos, verdadeiramente, encontrar respostas que possam ajudar neste tempo difícil de crise provocada pela pandemia da Covid-19”, realçou o padre Miguel Neto, da Diocese do Algarve.

Os participantes foram unânimes ao apresentar aos responsáveis do Vaticano a necessidade de haver momentos de reflexão conjuntos e de rever alguns documentos em uso nesta área, nomeadamente as ‘Orientações para a Pastoral do Turismo’, de 2001, que estão “completamente datadas e desatualizadas”.

Sandra Côrtes-Moreira e Margarida Franca, da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, também participaram na reunião e apresentaram algumas ações que estão a ser preparadas, alertando para as “dificuldades” deste setor, sobretudo, nas “pequenas paróquias e comunidades que ficaram sem meios de subsistência”, nas Dioceses do Algarve e Coimbra.

“Estas comunidades criaram, em alguns casos, projetos que permitiram a criação de empregos, a salvaguarda do património e estão com dificuldades. Terá de haver uma palavra do Vaticano para as Conferências Episcopais e destas para as dioceses, de modo que os párocos e suas comunidades não desistam dos projetos”, desenvolveu Sandra Côrtes-Moreira.

A ONPT apresentou também um documento síntese das suas “preocupações” onde indica que uma retoma do setor para “os níveis de 2019” só acontecer em 2024 ou 2025, com segmentos a recuperar “mais depressa”, como o turismo nacional ou o de proximidade.

No seu documento, o organismo da CEP considera fundamental o “turismo responsável”, com “respeito pelo meio ambiente e pelas culturas”, e assinala que é importante “clarificar os aspetos funcionais do conceito”, com aplicação quotidiana.

“A Igreja tem de ser proativa e tem de sensibilizar no seu interior para a valorização de práticas que promovam o desenvolvimento, a tal ‘ecologia integral’: Criar recursos, respeitar o homem e a natureza, mas gerando bem-estar e sustentabilidade a todos os níveis”, realça.

A Obra Nacional da Pastoral do Turismo tem como principais finalidades “iluminar a realidade humana do turismo com a Palavra de Deus” e promover o respeito pela “dignidade da pessoa humana e a procura do bem comum”, expressos pela Doutrina Social da Igreja, em toda a atividade turística.

CB/OC

 

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