Igreja, o Estado e os cristãos na vida pública

Jornada sobre questões pastorais contou com D. Manuel Clemente Decorreu esta Segunda-feira no Centro de Convívios de Enxomil, Arcozelo, Vila Nova de Gaia, a 13ª Jornada sobre Questões Pastorais, este ano sob o tema «A expressão social da fé cristã». Nela participaram cerca de uma centena de sacerdotes de muitas dioceses. No Centro de Convívios de Enxomil realizam-se há mais de 50 anos, sob a orientação espiritual da Prelatura do Opus Dei, convívios, retiros e encontros pastorais para todo o tipo de pessoas. Estas Jornadas de Questões Pastorais ofereceu aos sacerdotes uma oportunidade de convívio e diálogo interdiocesano para confronto e enriquecimento das próprias experiências. A Conferência da manhã esteve a cargo de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que falou das «Relações Igreja Estado: Lições do passado e desafios do presente». O bispo do Porto começou por comentar um texto de S. Paulo vendo nele já estabelecidos um dos grandes princípios de doutrina social, que é a origem divina de qualquer autoridade legítima, mas sem a divinizar, e a submissão em consciência, dos cristãos a essa autoridade. Dando um salto de mil anos, D. Manuel Clemente citou Gregório VII que no documento Dictatus Papae preconiza a submissão do imperador ao Papa, explicado pelo facto de que pelo meio esteve o colapso do Império Romano. Finalmente, comentou um texto de Bento XVI em Angola, onde são actualizados, os grandes princípios da actuação social da Igreja: defesa da dignidade da pessoa humana, cuidado dos mais pobres e facilitar o caminho espiritual do cristão na sua conversão diária. Seguiu-se um período de perguntas e respostas, tão variadas como o laicismo, a Concordata e a Canonização de Nun’Alvares Pereira. Da parte da tarde, o Raúl Diniz, Presidente da AESE (Escola de Direcção e Negócios) falou sobre a actuação dos «Cristãos na vida pública», tendo especialmente presente as circunstâncias actuais de crise financeira e económica, mas também a crise de valores que lhe está subjacente e que motivou o atraso da saída da prometida encíclica de Bento XVI sobre questões sociais. A grande lição da actual crise é a necessidade de ética, mas esta não depende tanto de leis e regulamentos, mas da renovação do coração do homem. O período de perguntas permitiu ao orador apontar o campo importante que compete aos sacerdotes como pastores de almas e promotores de iniciativas solidárias.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top