Igreja: Novo Diretório coloca Catequese ao serviço do «despertar da fé», diz D. António Moiteiro (c/vídeo)

Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé comenta documento apresentado pelo Vaticano

Lisboa, 25 jun 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé disse à Agência ECCLESIA que o novo Diretório para a Catequese, apresentado hoje pelo Vaticano, coloca como prioridade do setor o “despertar da fé”.

“Nós entendíamos o processo evangelizador partindo de um primeiro anúncio feito; depois vinha o aprofundamento, a que nós chamamos a catequese, o catecumenado – para os adultos ou os mais novos. Depois vinha o que nós chamávamos a ação pastoral, a vida das comunidades cristãs. A secularização da Europa mudou completamente esta forma de agir e de pensar”, refere D. António Moiteiro, bispo de Aveiro.

O documento foi apresentado hoje à imprensa pelos responsáveis do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé), que desde 2013, por decisão de Bento XVI, hoje Papa emérito, assumiu entre as suas competências o setor da Catequese.

Segundo o presidente da comissão dos bispos católicos em Portugal que acompanha a Educação Cristã, este diretório traduz “as intuições que a Igreja está a viver, fruto do pontificado do Papa Francisco”, na definição de objetivos, destinatários e metodologias.

Nos últimos 50 anos, foram publicados o Diretório Catequístico Geral, em 1971, e o Diretório Geral de Catequese, de 1997; a 11 de outubro de 1992, São João Paulo II publicou ainda o Catecismo da Igreja Católica.

D. António Moiteiro destacou as transformações ocorridas nas últimas décadas, no contexto católico, “uma vez que, quer os pais, quer a família, não contribuem para a transmissão da fé”.

No seu pontificado, assinala o responsável, o Papa Francisco tem dado importância ao “primeiro anúncio”, centrado na pessoa de Jesus Cristo, uma dimensão que é preciso sublinhar na Catequese.

O bispo de Aveiro assume ainda a necessidade de aprofundar a relação entre famílias e catequese, valorizando o papel dos mais velhos na transmissão da fé.

Outra dimensão muito interessante do Diretório para a Catequese é o papel que atribuímos aos avós. No fundo, uma dimensão a que o Papa Francisco também dá muita atenção, porque hoje, quem está a ser o educador da fé dos mais novos, no fundo, são os avós. Até pelas condições de vida, têm mais tempo para estar com os netos, estão mais próximos deles, e são os que transmitem a fé aos seus netos”.

O recurso às novas tecnologias de comunicação esteve em destaque aquando da suspensão das sessões presenciais, durante a pandemia, com a realização de sessões online, divulgadas através de plataformas digitais.

Para o futuro, fica o desafio de encontrar a melhor solução para juntar sessões presenciais e trabalho online, “na questão da metodologia e da pedagogia”, observa o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.

“Este ritmo de vida deu-nos a experiência que não podemos deixar de lado o online. Por exemplo, nós fizemos, com a ECCLESIA, as catequeses para o período de maior confinamento, por anos. Tiveram muita visibilidade, houve muita gente que viu, que participou, e eu penso que não podemos desperdiçar isto”, assinala.

“Terá de ser um complemento a esta catequese presencial ou semipresencial, que pode ser quinzenal ou menos, vamos ver, porque também não sabemos o que vai ser em setembro”, acrescenta D. António Moiteiro.

Em Portugal o novo documento orientador da Catequese vai ser editado pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã, com apresentação da obra nas Jornadas Nacionais de Catequistas.

PR/OC

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