Igreja/Liturgia: Semana Maior «concentra, culmina a celebração da fé» – padre Alberto Gomes (c/vídeo)

Sacerdote do Patriarcado de Lisboa explica as alterações ao Tríduo Pascal, decretadas por causa do coronavírus

Lisboa, 06 abr 2020 (Ecclesia) – O padre Alberto Gomes, do Patriarcado de Lisboa, explica que a Semana Santa é a “maior” do calendário católico, porque nela “culmina” a celebração da fé”, cujo “grande centro é a Páscoa”.

“O grande centro da nossa celebração da fé que vamos celebrar no domingo de Páscoa mas que começa ao cair da tarde de Quinta-feira Santa e que se prolonga durante esses três dias, o Tríduo Pascal. A partir daqui é que surge a celebração dominical, todas as festas, tudo o que mais celebramos parte deste número”, disse o pároco da igreja de Cristo Rei da Portela.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, transmitida hoje na RTP2, o padre Alberto Gomes realça que a Santa Sé fez questão de “relembrar” que a data da Páscoa “não pode ser alterada”, porque se relaciona “com toda uma tradição judaica” e de acordo com “as luas e o equinócio”, “que é importante”, mesmo com a situação da pandemia de Covid-19.

A Congregação para o Culto Divino publicou um decreto sobre as celebrações da Semana Santa e do Tríduo Pascal, que vão decorrer sem assembleia nos países onde se verifiquem restrições sanitárias por causa do coronavírus Covid-19, como em Portugal.

O responsável pela Paróquia de Cristo Rei da Portela explica quem uma das alterações foi a possibilidade de adiar a Missa Crismal, habitualmente na manhã de Quinta-feira, ainda no tempo da Quaresma, que reúne todos os padres em cada diocese, onde “são convidados a renovar os seus compromissos sacerdotais” e tem como “centro a consagração do óleo do Crisma e a bênção do óleo dos catecúmenos e dos enfermos”.

Neste contexto, o padre Alberto Gomes explica que o Tríduo Pascal se mantém e a Santa Sé “determina” que “sempre que seja possível” nas igrejas Catedrais e paroquiais os padres possam “reunir-se para celebrar os vários momentos que antecedem a celebração da ressurreição de Jesus Cristo.

No final do dia de Quinta-feira Santa, na Missa da Ceia do Senhor, este ano “omite-se o lava-pés e transladação do Santíssimo Sacramento”; no dia seguinte, “celebrar a paixão do Senhor” com a adoração da Cruz e com o “convite a incluir oração específica sobre os doentes, os cuidadores, todos implicados no combate a esta pandemia” e, na vigília pascal de sábado, “suprime-se a bênção do fogo à porta da igreja e o batismo de adultos, que é tradicional esta noite”.

A celebração comunitária das Missas está suspensa por causa da pandemia de Covid-19, desde 13 de março, e o pároco da igreja de Cristo Rei da Portela assinala que “todos” descobriram ou redescobriram a capacidade de chegar aos paroquianos “através das novas tecnologias”.

“Nesta semana convidamos as pessoas a acompanhar-nos nestes momentos celebrativos, mas elas precisam também de um momento vivo na família”, observa o padre Alberto Gomes, explicando que é “muito importante” a transmissão da Missa pela televisão, “porque é uma forma das pessoas terem uma ligação a uma comunidade concreta”.

PR/CB/OC

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