Igreja: Leigos chamados a mais do que «servir hierarquia e cumprir ordens»

Francisco deseja que pastores e leigos vivam e implementem o Concílio Vaticano II

Cidade do Vaticano, 12 nov 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco recorda que os leigos não são “membros de ‘segunda ordem’” apenas para “servir a hierarquia e cumprir ordens”, numa mensagem ao presidente do Conselho Pontifício para os Leigos (CPL), pelos cinquenta anos do Decreto ‘Apostolicam actuositatem”.

“O Concílio Vaticano II não olha para os leigos, como se fossem membros de ‘segunda ordem’, servindo a hierarquia e simplesmente cumprindo ordens mas como discípulos de Cristo, que, em virtude de seu batismo e sua inclusão no mundo, são chamados a animar qualquer ambiente, atividade, cada relacionamento humano no espírito do Evangelho”, assinalou o Papa.

Segundo Francisco, “ninguém melhor” do que os leigos para a tarefa “essencial de inscrever a lei divina na vida da cidade terrena”, levando “luz, esperança e caridade” de Cristo aos lugares que sem eles ficariam “sem a ação de Deus e abandonados na miséria da condição humana”.

A mensagem foi enviada ao presidente do Conselho Pontifício para os Leigos aquando a realização da jornada de estudo ‘Vocação e missão dos leigos. Há cinquenta anos do Decreto “Apostolicam actuositatem”, promovida pelo CPL, com a colaboração da Pontifícia Universidade Santa Cruz.

Francisco destaca que este documento “recorda” que a vocação cristã é por natureza “vocação ao apostolado”, e nesse sentido, o anúncio do Evangelho “não está reservado a alguns ‘profissionais da missão’” mas deve ser o “desejo profundo de todos os fieis leigos chamados não somente para a animação cristã das realidades temporais, mas também para as obras de evangelização, anúncio e santificação dos homens”.

Neste contexto, comentou que o ensinamento conciliar “aumentou” a formação de leigo na Igreja e, até agora, deu “frutos diversos”.

“Mas o Concílio Vaticano II, como cada Concílio, desafia cada geração de pastores e leigos, porque é um dom inestimável do Espírito Santo que deve ser aceite com gratidão e um senso de responsabilidade”, acrescentou.

O Papa observa que a “atitude renovada do amor” que inspirou os padres conciliares também resultou, “entre muitos frutos”, numa nova forma de olhar para a “vocação e a missão dos leigos” na Igreja e no mundo, encontrando expressão principalmente na constituição dogmática ‘Lumen gentium’ e constituição pastoral ‘Gaudium et Spes’, respetivamente sobre a Igreja e sobre a Igreja no mundo contemporâneo.

Na mensagem publicada hoje pela Sala de Imprensa do Vaticano, Francisco desejou a jornada de estudo “estimule pastores e fiéis leigos” a terem o desejo de “viver e implementar” o Concílio Vaticano II e levar ao mundo “a luz de Cristo”.

CB/LFS

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