Igreja jovem e dinâmica acolheu o Irmão David de Taizé

Uma Igreja jovem e participativa mas a precisar de momentos de oração contemplativa. Assim se poderia resumir a Igreja que o Irmão David, da Comunidade de Taizé, encontrou em Portugal durante quase o mês que permaneceu no país. De Norte a Sul, do interior ao litoral, passando também pela ilha da Madeira o único português a residir, actualmente na comunidade ecuménica francesa, encontrou-se com muitos jovens e adultos partilhando com todos eles experiências e silêncios. “Há muitos jovens na Igreja”, assume à Agência ECCLESIA o Irmão David. Muitas pessoas se queixam que os jovens se afastam da Igreja, mas o religioso aponta que há muitos que permanecem e que a Igreja tem uma mensagem para os jovens. Nos grandes centros urbanos o Irmão David encontrou mais vida, actividade e pessoas. Uma realidade que contrasta com o interior do país. Contrastes de participação, o Irmão David reconheceu-os na dicotomia Norte / Sul. No entanto prontamente assume que os jovens se motivam uns aos outros. “Apesar de serem uma pequena percentagem na sociedade, quando se juntam, motivam-se e ajudam-se mutuamente”. O Irmão David sublinha também uma grande vontade dos responsáveis da Pastoral Juvenil em encontrar formas adaptadas às necessidades dos jovens de hoje, “em não ficar fechados a propostas antigas” A música, por exemplo é um caminho. “Está presente em muitas actividades”, denota o Irmão David, sendo uma forma de levar a mesma mensagem com novas linguagens. A sua passagem pelas dioceses tinha essencialmente o objectivo de oração. Naturalmente se seguiram momentos também de conversa e partilha, muitos baseados na experiência de Taizé, mas também “em textos bíblicos e nas próprias experiências juvenis”, lembra. Houve momentos de oração muito profundos. O Irmão David recorda comentários que davam conta da “falta de momentos de oração”. Espaços contemplativos e de silêncio sem palavras. O religioso sublinha a importância da continuidade destes espaços, aplicados à realidade dos grupos das comunidades. “Encontro pessoas que viveram experiências muito fortes e profundas em Taizé, que as ajudaram a viver de forma única a oração, a reflexão profunda, mas que ficam com saudades desses momentos”. O Irmão David assinala que é importante não olhar para trás mas para a frente e usar esses momentos como impulsos para olhar a realidade. “Insisti que a realidade à nossa volta não é a ideal. Temos problemas que divergem do que idealizámos. Mas fugindo não nos realizamos em lado nenhum. Temos de nos construir a partir do que temos e não do que gostaríamos de ter”, sublinha. Um desafio que assume pessoalmente também. A vinda a Portugal é particularmente feliz para o Irmão David, pois representa um regresso ao seu país de origem. Mas tal como para os jovens, é importante não deixar a saudade tomar conta dos desejos e por isso “assumir o trabalho realizado na comunidade”. Não estando prevista nova viagem do Irmão David a Portugal, mais depressa irá um pequeno Portugal a Taizé. Vários grupos preparam já a sua ida no Verão à comunidade ecuménica em França.

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