Igreja: Dioceses e paróquias devem assumir «metodologia sinodal» – irmã Nathalie Becquart

Subsecretária do Sínodo dos Bispos participou em jornadas promovidas pela Diocese de Viana do Castelo

Viana do Castelo, 02 dez 2023 (Ecclesia) – A irmã Nathalie Becquart, subsecretária do Sínodo dos Bispos, disse à Agência ECCLESIA que as dioceses e paróquias católicas devem assumir a “metodologia sinodal”, seguindo o processo lançado pelo Papa.

“Estamos convidados, prontos a pôr em prática esta metodologia sinodal nas nossas paróquias, na nossa diocese, nos nossos diferentes grupos. Essa é uma forma de avançar”, referiu a religiosa francesa, que proferiu duas conferências nas Jornadas Diocesanas que se concluíram hoje, em Viana do Castelo.

A colaboradora do Papa falava a respeito da primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que decorreu de 4 a 29 de outubro, no Vaticano; os participantes vão voltar a reunir-se para a sessão conclusiva, em outubro de 2024.

“Para sermos uma igreja missionária, para continuarmos a proclamar a boa nova do Evangelho, temos de ser uma Igreja sinodal. É a forma de ser Igreja no mundo atual, com este estilo de escuta, de discernimento conjunto, de caminho conjunto”, precisou a subsecretária do Sínodo.

Segundo a irmã Nathalie Becquart, os documentos “não são suficientes” e é preciso promover o “estilo da fraternidade em Cristo, todos juntos, como batizados”.

“É uma experiência muito interessante ter uma visão dinâmica da nossa identidade como Igreja e como cristãos. Porque quando encontramos realmente alguém e quando encontramos realmente Cristo como um amigo ou um irmão, somos transformados por esse encontro”, sustentou.

Num momento de pausa, entre duas sessões sinodais, a religiosa convida as comunidades locais a replicar a experiência de “estar juntos, de discernir juntos”, adiantando que a Secretaria-Geral do Sínodo está a preparar “diretrizes para as conferências episcopais e as dioceses, com propostas concretas para continuar o caminho”.

“Conheço casos de pessoas que, ao regressar do Sínodo, puseram em prática as mesas-redondas e este método sinodal”, aponta a entrevistada, destacando a importância do “tempo de silêncio” para partilhar experiências, mais do que ideias.

“Uma Igreja sinodal que é uma Igreja de escuta, uma Igreja de diálogo. Toda a gente tem algo para dar e toda a gente tem algo para receber”, acrescenta.

A Diocese de Viana do Castelo encerrou hoje as Jornadas Diocesanas de Pastoral, que decorreram no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, com o tema ‘Igreja de todos para todos’, e o subtítulo ‘Eclesiologia do Papa Francisco’.

Os trabalhos contaram com conferências do padre Rossano Sala, que foi secretário-especial do Sínodo de 2018, sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” e é consultor da Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos.

Recordando a experiência sinodal de 2018, que valorizou a participação das novas gerações, o especialista apelou a uma “mudança de mentalidade”, particularmente necessária após a JMJ Lisboa 2023 e o seu impacto nas comunidades católicas.

“A experiência da Jornada Mundial da Juventude deve tornar-se consistente na vida das Igrejas locais, nas dioceses e paróquias dos ambientes locais”, precisou.

O sacerdote italiano defende a necessidade de “passar de uma pastoral juvenil para os jovens, como se os jovens fossem simples destinatários do trabalho, para uma pastoral juvenil com os jovens, envolvendo-os e tornando-os protagonistas de um caminho”.

“Se tivermos essa confiança, a Jornada Mundial da Juventude dará certamente frutos. Se não a tivermos, arriscamo-nos a ter perdido uma grande oportunidade”, adverte.

O padre Rossano Sala abordou ainda a dimensão sinodal, que deve levar a caminhar “com todos, sem excluir ninguém”.

CB/OC

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