Igreja/Cultura: Secretariado Nacional dá voz à geração sub-40 para falar sobre a crise

Nova edição do «Observatório» deixa propostas para uma mudança social e política

Lisboa, 05 mai 2011 (Ecclesia) – O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura lançou o desafio à geração sub-40 para abordar a crise e os resultados traduzem uma urgência de mudança, sobretudo ao nível das práticas económicas e políticas instituidas.

Numa altura em que começam a ser conhecidas as medidas de austeridade impostas ao país, no âmbito do pedido de ajuda externa, Gonçalo Barata diz faltar sobretudo aos portugueses “confrontarem-se com a realidade” e fazerem das dificuldades uma oportunidade de “crescimento humano e civilizacional”.

O economista defende que “realização e felicidade humana podem ser mais do que consumir ‘muito’ e ‘já’, deixando aos nossos descendentes uma egoísta fatura a pagar”.

João Meneses acredita que “mudar de paradigma de desenvolvimento, no sentido da passagem de sociedades assentes na abundância para sociedades da escassez e da frugalidade, depende de uma mudança nas aspirações excessivamente materialistas”.

Este diretor de um serviço municipal de Ação Social aponta ainda a necessidade de “comunidades mais coesas, solidárias, empreendedoras e criativas”.

As propostas apresentadas na nova edição do “Observatório da Cultura” vão também ao encontro da necessidade do país “sair do comodismo generalizado” e não ter medo de “arriscar”, especialmente ao nível da participação política e social.

“A apatia e a falta de participação na política tão típica de uma parte substancial da sociedade portuguesa passaram a ser um luxo pré-crise que tem que ser abandonado” aponta Marina Costa Lobo.

Esta investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa aponta baterias para as eleições legislativas, marcadas para dia 5 de Junho, desejando que “o eleitorado português se mobilize para fortalecer as instituições”.

Neste conjunto de depoimentos encontramos ainda uma ânsia de acabar com a “hiperamnésia de valores que atravessam os discursos e práticas quotidianas”.

JCP

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