Igreja/Cultura: Presos franceses entram no debate sobre Deus

Lisboa, 23 Mar (Ecclesia) – Nove presos franceses dão o seu testemunho sobre Deus e a religião no lançamento do «Pátio dos Gentios», estrutura do Vaticano para o diálogo entre crentes e não crentes.

“Quisemos participar, à nossa maneira, no «Pátio dos Gentios», através das nossas questões, das nossas interrogações, das nossas revoltas, mas também das nossas visões positivas”, pode ler-se.

A primeira iniciativa internacional desta nova estrutura do Conselho Pontifício da Cultura (Vaticano), vai decorrer a 24 e 25 de Março em Paris.

“Como podemos acreditar que Deus existe quando a injustiça aumenta em todo o lado, quando as catástrofes se multiplicam?”, perguntam os reclusos franceses.

O testemunho destas novas pessoas deixa reflexões sobre a Bíblia, a ciência e a religião, afirmando ainda que “a fé é algo de vivo, pelo que é possível duvidar”.

Três colóquios sobre o tema «Iluminismo, religiões e razão comum» vão decorrer desde a tarde do dia 24, quinta-feira, na sede da UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura; na Universidade de Sorbonne, na manhã seguinte, e, à tarde, na Academia de França.

Depois dos colóquios, há lugar para uma mesa-redonda no Colégio dos Bernardinos, edifício histórico, do século XIII.

A iniciativa inclui ainda uma festa especialmente pensada para os mais jovens, tendo como tema «No pátio do Desconhecido», na catedral Notre Dame de Paris, no dia 25 de Março, com música, espectáculos e um encontro de reflexão, seguindo-se uma vigília de oração e uma meditação.

Durante este último momento, haverá uma ligação em directo ao Vaticano para que o Papa se dirija a todos os presentes sobre o “significado e os objectivos” desta iniciativa, anunciou a Santa Sé.

O nome «Pátio dos Gentios» (Il Cortile dei gentili) evoca o espaço homónimo que, no antigo Templo de Jerusalém, hospedava os não judeus.

O objectivo do «Pátio» é, segundo a Santa Sé, “contribuir para que as grandes interrogações da existência humana, sobretudo as de carácter espiritual, sejam verdadeiramente tomadas em conta”.

OC

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