Igreja: Conferência Episcopal Portuguesa vai prosseguir reflexão sobre realidade familiar

Desafios do Sínodo dos Bispos em análise até nova assembleia de 2015

Fátima, Santarém, 13 nov 2014 (Ecclesia) – A assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que se concluiu hoje em Fátima, analisou a recente assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicado à família, e adiantou que vai prosseguir a reflexão sobre o tema.

O relatório final deste encontro extraordinário, convocado pelo Papa, “servirá de apoio, a nível da CEP e das várias instâncias diocesanas, para a preparação da próxima sessão ordinária do Sínodo dos Bispos em outubro de 2015”, refere a nota conclusiva da assembleia da CEP.

“Sem descurar as várias problemáticas e dificuldades relacionadas com a família, a prioridade será dada à pastoral familiar, para que a comunidade cristã seja sempre autêntica «família de famílias»”, acrescenta o comunicado final.

D. Manuel Clemente, presidente da CEP e representante do episcopado português no Sínodo de outubro, assinalou em conferência de imprensa que a continuidade dos trabalhos é uma “novidade” introduzida pelo Papa.

Segundo o patriarca de Lisboa, era necessário “fazer um estudo, mas um estudo muito aprofundado e continuado” sobre a temática.

“Há aqui uma enorme constelação de problemáticas, antigas e modernas”, disse aos jornalistas.

O presidente da CEP assinalou que existe “estima geral pela realidade da família”, mas também “uma indefinição prática sobre o que cada um entende como família”.

D. Manuel Clemente entende que a Igreja é chamada a dar atenção aos casos que “contradizem a proposta cristã sobre a família” e que o discurso da Igreja Católica precisa de ser “esclarecido, aprofundado” e “afirmado em contraste com outras vivências familiares e parafamiliares”.

Os trabalhos, que incluíram uma consulta global às dioceses católicas, mostraram em primeiro lugar “interesse e preocupação pela realidade familiar”, a “necessidade interna de reforçar a formação para a família” e, finalmente, a exigência de “encarar e tentar resolver, dentro da nossa tradição, os problemas que existem, aos quais não podemos fechar os olhos”.

O presidente da CEP sustentou que houve uma “desproporção” da abordagem dos casos mais problemáticos nos media, face ao que foi realmente debatido.

“Na prática eclesial, tem-se caminhado muito no sentido da maior atenção e na resolução possível dos problemas que se põem”, como por exemplo no caso dos processos de nulidade do Matrimónio.

A reflexão sobre um “problema cultural complexo, não apenas na Europa” vai decorrer nas dioceses portuguesas com o apoio de “peritos de diversas áreas”.

O patriarca de Lisboa disse ser impossível “garantir” que a reflexão esteja concluída em outubro de 2015.

OC

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