Igreja/Abusos: «Tudo farei para punir e pôr cobro a este flagelo» – D. Manuel Linda

Bispo do Porto condena atos «hediondos», admitindo que nem sempre usou a linguagem mais adequada para exprimir o seu pensamento

Foto: Diocese do Porto

Porto, 16 fev 2023 (Ecclesia) – O bispo do Porto condenou hoje os atos “hediondos” dos abusos sexuais de crianças na Igreja Católica, em resposta aos dados do relatório da Comissão Independente (CI) para o estudo deste tema, divulgado na segunda-feira.

“Mesmo que, por vezes, no passado, não tenha utilizado a linguagem mais apta para exprimir o que sinto e penso, tudo farei para punir e pôr cobro a este flagelo”, refere D. Manuel Linda, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

O responsável católico destaca a “oportunidade e a urgência” da criação da CI por parte da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), “já que, ao contrário do que se imaginava, as vítimas não estavam a recorrer às Comissões Diocesanas para o Cuidado dos Frágeis”.

“Sofro e choro pelas vítimas de atos que são absolutamente hediondos, inqualificáveis, e que têm de ser combatidos com toda a nossa energia”, acrescenta.

Nós, homens e mulheres da Igreja, que entregamos a nossa vida para servir o próximo, não podemos aceitar que os comportamentos de alguns clérigos ponham em causa os mais básicos valores da fé cristã”.

O bispo do Porto deixa um pedido perdão às vítimas, admitindo que o mesmo “não chega, não resolve, nem apaga os atos hediondos do passado”.

“Não obstante, é o mínimo que, neste momento, posso fazer, mais uma vez, em nome desta Diocese do Porto”, aponta.

D. Manuel Linda assume o compromisso de cumprir “exemplarmente” as normas emanadas da Conferência Episcopal Portuguesa e da Santa Sé, relativamente a estas questões.

“A Diocese do Porto já deu e continuará a dar passos no sentido de erradicar todo e qualquer género de abusos cometidos sobre menores e frágeis. Pessoalmente, tudo continuarei a fazer para que estes casos jamais se voltem a repetir”, conclui.

A Conferência Episcopal Portuguesa vai reunir-se a 3 de março, em Assembleia Plenária extraordinária, para debater os dados do relatório e decidir sobre medidas concretas a tomar.

OC

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