Histórias de vocações, dúvidas e descobertas

Programa da Ecclesia na Antena 1 transmite histórias de seminaristas que responderam «sim»

Lisboa, 14 nov 2013 (Ecclesia) – O pedido que muitos jovens e homens fazem a cada ano para entrar no seminário, instituição formativa para candidatos ao sacerdócio na Igreja católica, não é isento de dúvidas mas convicto na decisão de se colocarem a caminho.

Durante 20 anos, Rui Ruivo, no segundo ano de Teologia no Seminário do Cristo-Rei dos Olivais, em Lisboa, andou a “fugir de Deus”, até que “não dá mais para fugir” porque Deus lhe pregou “uma rasteira e não consegui fugir mais”.

Foi numa viagem à Terra Santa que, a este homem de 34 anos, técnico oficial de contas durante 10 anos, lhe perguntaram se era feliz.

“Pus-me a pensar que não era verdadeiramente feliz naquilo que fazia e que Deus me chamava a ir à procura dessa felicidade, que estaria no encontro mais pessoal com ele”, afirma à Agência ECCLESIA.

Em dois meses despediu-se, comunicou à família e aos amigos que ia entrar no seminário, num processo em que teve de se desprender da sua independência financeira e das ideias que tinha sobre si.

[[a,d,4291,Emissão 12-11-2013]]“Os primeiros tempos de seminário foram para perceber que sou muito mais pecador e fraco do que aquilo que eu pensava mas também muito mais capaz do que achava, porque Jesus nos potencia como seres humanos”, relata.

A mesma confiança no caminho apresenta Tiago Esteves que, aos 20 anos, fala com serenidade de um processo cujo final não conhece mas no qual acredita.

“Sinto que o caminho é a parte mais bela. Não há garantias. Não sei o que me vai acontecer amanhã e por isso estou nas mãos de Deus. É um salto no escuro, um abandono nele”, sublinha.

Longe ainda de saber se virá a ser ordenado sacerdote, é entre sorrisos e palavras serenas que Tiago Esteves se fixa no caminho que faz: “Há coisas que acontecem e não as entendo completamente, mas no final entendo que faz sentido. Quando Deus nos chama para algo ele dá-nos força para o concretizarmos”.

A mesma força sente Joaquim Loureiro que, aos 28 anos, se sente “diferente” do rapaz que começou a partilhar com um sacerdote amigo as inquietações de poder vir a ser padre.

“A ligação com Jesus muda-nos para melhor. Deixei de viver só para mim. Hoje, com menos, sou mais feliz porque estou desprendido e me entrego mais aos outros”, explica.

Natural de Lamego, mas desde cedo a viver em Lisboa, conheceu a formação nos Pupilos do Exército e a vida profissional num banco, decidiu mudar de rumo quando percebeu a seriedade das suas “inquietações”, quando Deus se metia consigo.

A vocação sacerdotal trouxe Samuel Jospeh a Portugal, depois de alguns anos a estudar no seminário da Diocese de Cochim, na Índia, de onde é natural.

Segundo a tradição familiar, enquanto filho mais novo, Samuel teria a função de cuidar dos pais na velhice, facto que se concretizaria se tivesse seguido o sonho de ser militar, mas a biografia de Santa Teresinha do Menino Jesus não mais o deixou sossegado.

É junto da sua avó que encontra as memórias das primeiras idas à missa, na participação na Igreja paroquial ou de rezar o terço.

Hoje, a poucas semanas de ser ordenado diácono, atribuiu aos 13 anos que viveu em seminários, as qualidades e a formação que tem.

“A história que Deus quer fazer comigo vem da formação no seminário. Seja a nível humano, espiritual ou vocacional, foi aprofundado no seminário e, por isso, tudo o que sou o devo a esta instituição”.

Ao longo desta Semana dos Seminários, o programa de rádio da Ecclesia (segunda a sexta-feira, 22h45) apresenta histórias de quem disse «sim» a um chamamento sacerdotal.

LS

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