Desde o dia 8 de Setembro que a Missa Dominical, em Codeceiro, concelho da Guarda, está a ser celebrada, no Salão da Casa do Povo, devido às obras de recuperação do interior da Igreja Paroquial. Até ao final deste mês de Outubro, a equipa chefiada por Artur Ferreira, de Braga, fará uma intervenção em todo o interior do templo, nomeadamente através da recuperação dos altares, pintura, restauro de madeiras, consolidação do altar mor que estava muito degradado. O restauro e pintura do tecto, bem como o tratamento de algumas imagens, são outros dos trabalhos em execução. Ester Dias, da Comissão Fabriqueira, explicou ao jornal “A Guarda” que “de início era apenas para arranjar o altar principal e o tecto da capela-mor que estava muito estragado e com as pinturas quase irreconhecíveis, mas depois decidimos avançar com os altares laterais e com o tecto de toda a Igreja, pois umas obras pediam as outras”. Com um orçamento que ronda os 12 mil euros, no caso dos altares e os 1500 euros, nos tectos, Ester Dias, diz que tem sido complicado arranjar tanto dinheiro. “Temos andado a fazer um peditório pelas pessoas, mas o dinheiro ainda não chega para pagar tudo e, por isso, teremos de voltar a fazer novo peditório”, explicou. Na angariação de fundos para as obras da Igreja tem sido importante o contributo das pessoas das anexas de Codeceiro, bem como “das pessoas que são de cá e estão fora da terra”. Maria de Deus, que também integra a Comissão fabriqueira há cerca de dez anos, disse que “habitualmente é difícil arranjar dinheiro, pois a freguesia tem pouco mais que duzentos habitantes”. E acrescentou: “As pessoas gostam de ver as coisas feitas mas pensam que custam uma ninharia”. Por sua vez, o Cón. Abel António, pároco de Codeceiro, apesar de reconhecer as dificuldades financeiras da aldeia, adianta que “é sempre bom que uma igreja seja conservada dentro do estilo que a define e as obras que estão a ser feitas vão permitir que os altares ganhem a sua forma primitiva”. E explicou: “Os altares estavam a precisar de ser recuperados e como o povo ganhou entusiasmo decidimos avançar”. A escolha do artista para realizar as obras prendeu-se com o facto de apresentar o orçamento mais baixo e de ter muito trabalho feito em vários pontos da Diocese. Artur Ferreira disse que, já realizou trabalhos na Guarda (Bonfim, S. Pedro, Senhora dos Remédios), Almeida, Nave de Haver, Vilar Formoso, Soito e Vilar Maior. Ao mesmo tempo que avança com as obras em Codeceiro, Artur Ferreira está também a terminar os trabalhos na Igreja de Corujeira, também no concelho da Guarda e está à espera de uma resposta a um orçamento apresentado tendo em vista a recuperação da igreja de Seixo Amarelo. Com quase 57 anos, trabalha na arte de restauro desde os 12 anos e lamenta o facto de actualmente se dar pouco valor a quem sempre trabalhou nesta arte. “Actualmente fazem-se muitos cursos, dão diplomas, e os que já trabalham há muito tempo têm menos valor”, explica.