Governo: Presidente da CNIS pede «rumo solidário»

Lino Maia critica «alheamento e algum irrealismo» no Estado social

Lisboa, 21 jun 2011 (Ecclesia) – O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) espera que o governo hoje empossado promova um “rumo solidário” em Portugal, evitando “irrealismo” na promoção de um Estado social.

“Entre nós o Estado social não tem sido suficientemente promotor da criação de riqueza e, provavelmente à custa dele, tem crescido algum alheamento e algum irrealismo”, assinala o padre Lino Maia, em texto publicado esta terça-feira, na mais recente edição do semanário da Agência ECCLESIA.

O dirigente afirma que “o primeiro pilar em que tem de assentar o rumo para Portugal é a pessoa” e “não o mercado”.

“Se são as pessoas que sentem a crise, são também as pessoas o elemento determinante para ultrapassar eficazmente momentos menos bons e encontrar caminhos de futuro para todos”, refere.

Lino Maia considera que “um estado solidário tem de estar atento aos mais carenciados e aos de condição diferente e em seu favor canalizar recursos para assegurar a defesa da sua dignidade”.

Neste sentido, acrescenta que “à custa do estado social” se tem optado “excessivamente pela continuada distribuição de benefícios, muitas vezes fomentadores da habituação e da dependência porque isentos de programas na sua temporalidade para a promoção da autonomia”.

O presidente da CNIS destaca a importância da “promoção da autonomia e cidadania das pessoas” e da “promoção da cidadania aliada a uma necessária autonomia solidária”.

Educação e saúde são outros dos “pilares” apresentados pelo sacerdote da diocese do Porto, indicando que “Estado tem de assegurar condições de educação para todos” e “garantir condições e meios de saúde para todos, desde a conceção à morte natural”.

Este responsável observa ainda que “com a muito honrosa exceção da Igreja, é um facto que a família tem estado bastante afastada dos fóruns e das políticas”.

“Portugal só tem futuro com um rumo solidário assente em bons pilares. Definidos, estáveis e envolventes”, concluiu.

O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, empossou hoje o XIX governo constitucional, de coligação PSD/CDS-PP, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

OC

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