Governador de Braga promete a D. Jorge Ortiga empenho contra roubo de igrejas

Arcebispo pede alerta e elogia atitude de segurança dos padres O Arcebispo de Braga reuniu ontem com o governador civil de Braga, Fernando Moniz – num encontro à porta fechada, sem declarações aos jornalistas no Palácio dos Falcões – a quem solicitou «a máxima colaboração das autoridades» para pôr termo à vaga de assaltos que se têm verificado contra igrejas e santuários da região. O prelado alerta os responsáveis dos templos, mas considera que os padres já fazem o que é «humanamente possível». Ao Diário do Minho, D. Jorge Ortiga adiantou que o pedido teve «o melhor acolhimento» por parte do representante do Governo no distrito, que estava acompanhado pelo comandante da GNR, e que lhe foi garantido que «iria ser reforçada a vigilância» e «redobrados os esforços para descobrir quem estará na origem de tais roubos». O titular da Igreja bracarense explicou que o modus operandi dos amigos do alheio é muito similar em vários casos, o que indica poder tratar- se de um grupo ou rede mais ou menos organizada. Recorde-se que no caso de São Bento da Porta Aberta, o santuário «tinha sistema de alarme e de videovigilância», mas, mesmo assim, “o engenho” destes artistas “conseguiu fintar” os meios de protecção electrónicos. Além de São Bento foram assaltados nos últimos meses o Sameiro e também as igrejas de Rio Caldo, de Forjães, das Marinhas, de São Bartolomeu do Mar e de Nogueira. O Arcebispo de Braga acrescentou que, por parte dos serviços centrais da diocese, «têm sido redobradas as chamadas de atenção» aos vários responsáveis, no sentido de «incrementarem as medidas preventivas». «Continuamos a alertar os párocos ou os responsáveis das instituições para a importância dos seguros, dos alarmes e de toda uma série de meios de defesa e prevenção contra o roubo de património religioso», afirmou D. Jorge, que considera que também neste sector estes devem dar o exemplo ao resto da sociedade, sendo que uma grande parte dos locais «já têm sistemas de alarmes e de videovigilância». O titular da Igreja bracarense acrescenta que a adesão dos sacerdotes às medidas solicitadas «tem sido muito boa» e que «todos estão conscientes das suas responsabilidades », pelo que têm «respondido positivamente, dentro daquilo que é humanamente possível». Os últimos assaltos registados atentaram sobretudo contra as esmolas existentes nos templos, o que não é sequer o tipo de roubo mais grave perpetrado contra instituições da Igreja, que muitas vezes vêem desaparecer obras de arte de grande valor emocional e financeiro para as populações. No que respeita ao roubo de dinheiro oferecido à Igreja, todos os responsáveis «têm instruções para evitar a acumulação de esmolas», não só pelo valor em si, mas sobretudo para servir de elemento dissuasor, de modo a evitar o apetite dos larápios, que nestes casos parece estarem ligados de alguma forma à marginalidade.

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