Futebol: Potenciar entusiasmo na sociedade

Programa «Escolhas», que envolve Sporting e Benfica, mostra como o desporto-rei pode funcionar como baluarte contra a pobreza e exclusão social

Lisboa, 20 jun 2012 (Ecclesia) – Jogadores e clubes de futebol devem procurar corresponder, em termos cívicos e sociais, ao entusiasmo com que milhões de portugueses os acompanham, como acontece com a atual campanha da seleção nacional no Euro 2012.

Em entrevista ao programa «70×7», na RTP2, Luís Vidigal, antigo internacional português, hoje ligado à estrutura profissional do Sporting Clube de Portugal, fala sobre o contributo que o futebol pode dar para a integração social de crianças e jovens.

Segundo o ex-jogador, que desempenha atualmente a função de diretor técnico na Academia leonina, seria “uma irresponsabilidade” se aqueles que são hoje considerados como “ídolos” e têm todos “os olhos postos em si” não deixassem pelo menos “um testemunho e um exemplo” aos mais novos.

No exercício das suas funções, Luís Vidigal contacta diariamente com centenas de candidatos a “futuros craques”, vindos de meios socioeconómicos completamente diferentes mas unidos pelo mesmo sonho: seguir as pisadas de jogadores como Cristiano Ronaldo, João Moutinho e Nani.

Para além de trabalhar talento e potencial físico, a missão do clube passa também por ajudar os mais novos a se integrarem num patamar de exigência completamente diferente.

“Há situações extremamente difíceis, de jovens que querem desistir, porque não aguentam a distância, mas nós tentamos moldar a sua parte emocional e o caráter, para que possam abraçar esta profissão e perceber que dela com certeza tirarão benefícios”, realça o responsável leonino.

O antigo futebolista do Sporting, que ao longo da sua carreira passou ainda por clubes como o Nápoles e a Udinese, da primeira divisão italiana, conjuga a sua atividade profissional com o trabalho voluntário em diversas escolas, a partir do programa nacional ‘Escolhas’.

Criado há cerca de 11 anos, o projeto tutelado pela Presidência do Conselho de Ministros e gerido pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, visa a reintegração social de crianças e jovens vindas de contextos familiares e económicos mais desfavorecidos.

Só nos últimos dois anos, a iniciativa apoiada pelo Sporting e também pelo Sport Lisboa e Benfica já possibilitou a reintegração de mais de quatro mil jovens que se encontravam desempregados ou sem qualquer tipo de ocupação.

[[v,d,3212,]]Pedro Calado, diretor do ‘Escolhas’, diz que “o apoio de instituições como os clubes de futebol é essencial para captar o interesse dos mais novos”.

Ao participarem em determinado projeto solidário, acrescenta o mesmo responsável, atletas e agentes desportivos estão também a passar às futuras gerações um “modelo positivo” de vida.

A Escola EB 2,3 da Bela Vista, situada num dos mais carenciados de Setúbal, constitui-se há quase um ano como um dos pontos mais bem sucedidos do programa ‘Escolhas’ e da ligação entre o fenómeno desportivo e a sociedade civil.

Uma parceria com a Fundação Benfica ajuda professores e funcionários educativos a elevarem os níveis de assiduidade, de participação e de aproveitamento dos alunos, ao mesmo tempo que promove a prática desportiva.

Desde que aderiu à iniciativa, intitulada ‘Para ti se não faltares’, Fabiana Castro passou a “ter melhores notas”, tudo em nome da paixão pela bola.

“Gostava de ser jogadora de futsal ou então futebol, é o meu sonho desde os cinco anos”, revela.

70×7/JCP

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