Francisco: Um ano marcado pelo «exemplo»

Papa argentino foi eleito a 13 de março de 2013 como sucessor de Bento XVI

Lisboa, 13 mar 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco completa hoje um ano de pontificado, tempo no qual se afirmou na Igreja e na sociedade através do seu “exemplo” e dos seus gestos e palavras simples.

“É um homem que tem o conhecimento do que é a pobreza e mostra algo muito importante que é o facto de muitas vezes o exemplo ser a melhor maneira de intervir”, refere à Agência ECCLESIA Adriano Moreira, professor universitário.

Francisco passa este dia no retiro quaresmal da Cúria Romana, que decorre desde domingo em Ariccia, localidade a cerca de 30 km a sudeste de Roma, para a qual o Papa e os seus colaboradores seguiram de autocarro.

Adriano Moreira elogia a “autenticidade” de um Papa que “sabe que o gesto é uma forma de comunicar por vezes mais forte do que a palavra”.

“Francisco tem a perfeita consciência das dificuldades e perigos que vai enfrentar e tem experiência nisso, porque viveu toda a vida numa área do mundo onde estiveram em vigor regimes totalitários duríssimos”, sustenta.

D. António Francisco dos Santos, bispo eleito do Porto, elogia as “atitudes proféticas” de um Papa cujos gestos “fazem escola de serviço à Igreja, na sua forma simples de estar”.

D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, sublinha que a atuação de Francisco, ao longo deste primeiro ano, tem ajudado a “colocar o dedo na ferida”.

[[v,d,4494,]]“Acredito vivamente que para muita gente estas reflexões pesam, no sentido positivo, e as levam a mudar ”, salienta.

O cardeal Braz de Avis, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada (Santa Sé), convive de perto com Francisco e entende que “as pessoas amam o Papa porque ele está próximo, não tem duas caras”.

“O Papa não inventa um papel, ele é o que ele diz”, refere à Agência ECCLESIA.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito; escolheu o inédito nome de Francisco, tornando-se o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e o primeiro pontífice sul-americano.

O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, Alfredo Bruto da Costa, destaca à Agência ECCLESIA a “grande abertura” promovida pelo Papa, a intenção de “descentralizar” os processos de decisão.

Para este responsável, Francisco tem sublinhado a “relação profunda entre evangelização e promoção social”, enfrentando os problemas sociais e económicos de forma “clara”.

O atual pontificado tem sido marcado pelas intervenções em favor da renovação da Igreja Católica e pela preocupação com as situações de pobreza e violência no mundo.

Francisco apelou por várias vezes a uma Igreja “em saída” e atenta às “periferias”, centrando o seu discurso, teologicamente, na “misericórdia” de Deus.

O Papa decidiu manter residência na Casa de Santa Marta, dentro do Vaticano, desloca-se em carros utilitários e apresenta-se como um homem “normal”, rejeitando “interpretações ideológicas” da sua figura.

Francisco tem promovido uma reforma dos organismos centrais da Igreja Católica, em particular a estrutura de coordenação para as atividades económicas e administrativas.

O primeiro ano de pontificado de Francisco está em destaque numa secção especial do portal da Agência ECCLESIA, com cronologia, comentários, vídeos e fotogalerias.

HM/JCP/LFS/LS/OC

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