Formação básica da fé continua a ser fundamental

O Bispo de Viana do Castelo disse sábado que a missão de formar as novas gerações deve ser apaixonante, pois só assim haverá resultados positivos. D. José Augusto Pedreira, que falava na missa do décimo aniversário da inauguração do Seminário Diocesano, disse também que «continua a ser fundamental uma séria, sistemática e abrangente formação básica da fé dos adolescentes e jovens». O prelado, que tomou posse da diocese de Viana no ano em que o Seminário Diocesano começou a funcionar, afirmou também que, «neste esforço de formação e discernimento, devem estar empenhados os pais, os sacerdotes enquanto pastores de almas, e toda e cada uma das comunidades cristãs». «Não podemos pensar que a obra de promoção e discernimento vocacional é tarefa apenas de uma equipa diocesana, por melhor que esta seja e por mais excelente o trabalho que esta realize». A missa comemorativa do décimo ano da inauguração do Seminário de Viana do Castelo, também designado como Centro Frei Bartolomeu dos Mártires, foi antecedida de um tríduo vocacional. Na Eucaristia foram admitidos às Ordens Sacras os cinco seminaristas da diocese de Viana que serão ordenados diáconos, em 22 de Abril. Em Julho, são ordenados padres três diáconos. Ontem à noite, na capela do Seminário, cantou-se o Akathistos. Uma parte deste hino mariano muito antigo já foi cantada no dia 7 de Junho de 2006. Trata-se de uma celebração de rara beleza, original na sua forma e que narra, por meio do canto a vozes, o mistério de Cristo realizado na pessoa e vida da Virgem Maria. Abunda nela o colorido, o suave odor do incenso e a harmonia do movimento. Cantando o Akathistos, «é desejo do Seminário consagrar este tempo à sua Padroeira — a Senhora da Imaculada Conceição —, a fim de que vele por este seu lar com particular carinho, como o fez com o lar de Nazaré, e que suscite em toda a Diocese um autêntico clima vocacional», dizia na semana passada o reitor do Seminário de Viana, padre Alfredo Sousa, ao anunciar o programa comemorativo. Formar jovens é «difícil, mas apaixonante» Situado junto ao campo de futebol do Sport Clube Vianense, num antigo terreno da antiga Junta Autónoma de Estradas, o Seminário foi construído quando D. Armindo Lopes Coelho era Bispo de Viana do Castelo. Fazendo um balanço dos primeiros dez anos de funcionamento, o actual Bispo de Viana do Castelo louvou o trabalho dos reitores (o padre Alfredo Sousa é o terceiro desde a abertura do Seminário), bem como de outros sacerdotes e diáconos que nele foram formadores. Depois, D. José Pedreira perspectivou o futuro desta e de outras estruturas educativas, centrando-se na «difícil» missão de formar as novas gerações. «Difícil, mas apaixonante», frisou o prelado, que considera que «vivemos um tempo de mudanças profundas no meio cultural, que afectam as pessoas, as famílias e a própria cultura». «Perante tais mudanças, os formadores devem manter a tranquilidade de espírito, a clarividência na definição do rumo a seguir, a segurança das orientações traçadas e uma permanente e segura esperança na capacidade de transmitir aos educandos os melhores valores humanos, sociais e espirituais que irão alicerçar no dia-a-dia o desenvolvimento da personalidade dos educandos», indicou o Bispo de Viana. «O maior defeito que poderíamos apontar num educador — disse também D. José Pedreira, na missa que celebrou sábado no Seminário — seria a perda da esperança no trabalho que está a realizar, da confiança de que ele constitui um dado positivo para a realização futura do seu educando». «A estima mútua e a amizade tranquila solidificará o vosso esforço. Damos graças a Deus porque dotou esta casa de formadores confiantes no fruto do seu trabalho», concluiu. A propalada escassez de clero também foi analisada pelo Bispo de Viana do Castelo, que recorreu à recente Exortação Apostólica de Bento XVI, sobre a Eucaristia, para apontar soluções. «É preciso sobretudo, diz-nos o Santo Padre, ter a coragem de propor aos jovens o seguimento radical de Cristo, mostrando-lhes o seu encanto. É necessário ter maior fé e esperança na iniciativa divina. Apesar da escassez de clero que se verifica em algumas regiões, não deve esmorecer jamais a confiança de que Cristo continua a suscitar homens que não hesitam em abandonar qualquer outra ocupação para dedicar-se totalmente à celebração dos ministérios sagrados, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral».

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