Filhos e Auxiliadores da Caridade em Festa

A celebração dos 80 anos da morte do padre Anizan, fundador dos Filhos da Caridade, terá a sua abertura em Portugal, em Janeiro de 2008, na igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal, com a presença do Superior Geral e de formadores vindos dos doze países onde esta Congregação Religiosa está presente, de religiosas Auxiliadoras também por ele fundadas e dos fiéis leigos que para lá queiram dirigir-se. A história desta Congregação Religiosa começou há noventa anos, em Paris, quando o padre Anizan sentiu que não era normal que o povo das grandes cidades de hoje estivesse tantas vezes contra a Igreja de Jesus Cristo que veio exactamente para lhe anunciar a Boa Nova e, no seu tempo, o tinha sempre à sua volta. A partir da sua experiência fundou comunidades de religiosos e padres para viverem em pequenas comunidades no meio e em solidariedade com esse povo, anunciando-lhe assim o Evangelho e reunindo-o em Igreja. Em Portugal, a história dos Filhos da Caridade teve o seu início em Setembro de 1970, quando uma equipa de dois padres e três seminaristas veio para o Lavradio (Barreiro). Eram originários de quatro Dioceses e todos eles, como o padre Anizan, tinham sido formados nos Seminários diocesanos. Mas, como o padre Anizan, também entendiam que para anunciar a Boa Nova ao povo operário e pobre das nossas cidades era preciso estar muito por dentro das suas necessidades espirituais e materiais e viverem em comunidade, para se ajudarem a ser sinal da Caridade de Deus que se revelou em Jesus Cristo. Os Filhos da Caridade ainda continuam no Lavradio, onde a igreja tinha sido queimada nos tempos da instauração da República, mas assumiram outras paróquias do mesmo tipo, como o Barreiro Velho onde, na mesma altura, a igreja matriz fora vendida em hasta pública e transformada em armazém, e também a Senhora da Conceição, nos arrabaldes cheios de operários e emigrantes de Setúbal. Hoje aí existem igrejas e comunidades cristãs normais, com alguma vitalidade. Mas a sua história também passa pela história dos padres operários no nosso país, condição que alguns membros da Congregação assumiram desde que foram ordenados. Esse estatuto sacerdotal, reabilitado pelo Concílio Vaticano II mas pouco frequente na Igreja de Portugal, chamou várias vezes a atenção dos nossos meios de comunicação social, sobretudo quando um padre Filho da Caridade esteve preso durante mais de um ano, ligado que foi ao processo das FP 25, no qual foi, aliás, absolvido. Mas, ao longo destes trinta e seis anos da sua presença em Portugal, os filhos da Caridade foram igualmente animadores e assistentes dos movimentos operários da Acção Católica (JOC e LOC) e da Pastoral Operária, bem como de outros serviços do movimento operário e da Igreja. Hoje, em Portugal e nos doze países dos quatro continentes onde estão presentes, os Filhos da Caridade continuam a acreditar na importância de estarem juntos, em comunidade, no meio dos pobres e operários das nossas cidades escutando, vivendo, e respondendo às suas necessidades materiais e espirituais e anunciando aí a Boa Nova do Evangelho, em Igreja, ligados fraternalmente aos demais padres e religiosos. Animam comunidades cristãs e Serviços nas Dioceses de Setúbal e do Porto. Na medida em que tal lhes é pedido pelos Bispos, dão igualmente o seu contributo e assumem responsabilidades na formação de seminaristas e clero. As Auxiliadoras da Caridade, Congregação feminina também ela fundada pelo padre Anizan, depois de terem começado a sua acção em Portugal na Diocese de Setúbal, estão agora presentes na Diocese de Aveiro. Como os Filhos da Caridade, também as Irmãs procuram viver em comunidades contemplativas e anunciadoras do Evangelho no meio do povo pobre e trabalhador dos nossos meios urbanos. Os Filhos da Caridade e as Auxiliadoras da Caridade vão celebrar, no Domingo 20 de Janeiro, na igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal, os 80 anos do nascimento para a eternidade do seu fundador, o padre João Emílio Anizan. Haverá Eucaristia às 11 horas seguida de almoço partilhado e convívio. Todos serão bem-vindos… porque todos virão por bem! Padre José Rodrigo Mendes

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