Fé jovem nas ruas de Lisboa

O Patriarcado de Lisboa promoveu este fim-de-semana uma iniciativa, de todos os sectores juvenis da diocese, especialmente dedicada aos jovens. Durante 24 horas, que prometiam ser XPTO, os jovens queriam marcar o início do Ano Paulino, os 30 anos de episcopado do Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo e mostrar que os jovens católicos são iguais a outros que se afirmam não católicos. A resposta a este tipo de actividades, visível na participação, “depende sempre da disposição com que os jovens participam, que história ou envolvência têm com a Igreja”, afirma à Agência ECCLESIA o Pe. Carlos Gonçalves, Director do Sector da Pastoral da Juventude no Patriarcado de Lisboa. No entanto, o Pe. Carlos Gonçalves frisa que, tanto para os mais comprometidos como para os menos, “é importante a sua participação, pois é um momento que pode abrir espaço para experiências novas”. “A pastoral juvenil e universitária não se esgota em momentos como este, mas são importantes”, frisa. Actividades como o 24XPTO servem para “aprofundar a identidade do jovem católico para que este possa saber estar noutros meios, com outros jovens”. O Director do Sector da Pastoral da Juventude reconhece que para os jovens é relevante “a questão do número”. “É importante perceber que outros acreditam tal como eu pois é motivador”, explica. A par das actividades 24 horas, os jovens queriam, nos actuais ágoras sociais, e à semelhança de Paulo, que após a sua conversão se dirigiu a muitos povos, através de um manifesto falar do projecto que têm para as suas vidas “e como o nosso encontro com Cristo mudou a nossa vida”, explica Catarina Almeida, da equipa do XPTO. Os meios de comunicação social, tendo em mente a divulgação das suas ideias, e a praça pública, distribuindo directamente o manifesto às pessoas, foram as formas escolhidas para que os jovens afirmassem que querem uma “política e um ordenamento do Estado que favoreçam a «liberdade» e o «bem»” de forma a “sustentar a esperança do futuro, defendendo a vida, a família, a liberdade de educar e de realizar obras que encarnem o desejo do homem”. A recepção do manifesto nos meios de comunicação social “não foi a ideal”. Catarina Almeida reconhece que este tipo de iniciativas “não são habituais”, talvez por isso “a informação não tenha sido divulgada como gostaríamos”. De qualquer forma, Catarina Almeida sublinha o quão importante foi “para nós desenvolvermos esta iniciativa”. “Anunciar Cristo não é algo abstracto”, evidencia. Nas ruas os jovens notaram também um desconforto nas pessoas “porque não estão habituadas a ver jovens cristãos que não têm medo de se afirmar”. Ficou a interpelação nas palavras que se trocam, no testemunho que se dá e na base que se busca. Assumindo-se como “jovens normais, iguais a tantos outros”, Catarina Almeida aponta uma linha condutora para toda a sua vida, 24 horas por dia. “Não se trata de uma teoria ou de uma doutrina que aprendemos, mas uma presença na vida”, que se reflectiu “no sorriso dos jovens que estiveram a participar nesta actividade. São pessoas felizes”. Catarina Almeida aponta a educação cristã e o papel da igreja nas obras sociais como base da cultura portuguesa. “São condições que concorrem para o facto de a juventude, na sua maioria, ter uma educação cristã”. Admite que os jovens “podem não ter encontrado um lugar na Igreja onde possam viver a sua fé, mas esse é também o nosso desafio”. Por tudo isto afirma que os ideais de família, de vida e de liberdade são comuns a todos os jovens. “Não são questões ideológicas católicas mas uma forma de vida que nasce de uma pessoa. Se forem ideais de bem, interessam a todos”. Um dos momentos altos nas 24 horas era a prevista conversa com D. José Policarpo. Os jovens, previamente seleccionados, dirigiram perguntas ao Patriarca de Lisboa, que, segundo Catarina Almeida, “foram perguntas que interessam ao jovens”. O Cardeal Patriarca foi convidado a relembrar a origem da sua vocação e os momentos mais marcantes da sua missão episcopal, mas também a indicar caminhos para chegar a pessoas de diferentes religiões e credos. O encontro com o cardeal Patriarca revelou-se um momento de “grande proximidade, mas também de desafio”, a partir do exemplo de Paulo. Os jovens encheram a Sé de Lisboa, no Sábado à tarde para a conversa com o Patriarca e na tarde do dia seguinte, o Mosteiro dos Jerónimos para participar na ordenação diaconal de três seminaristas e de um diácono permanente e ordenação presbiteral de sete diáconos, momento que encerrou a actividade.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top