Maria da Conceição e o seu marido Carlos são um casal dos muitos peregrinos que estão em Fátima para participar na Peregrinação Internacional Aniversária. Não conseguiram alojamento, mas desde há quatro anos para cá não se preocupam. Compraram uma tenda. Nas encostas que circundam o recinto do Santuário de Fátima são muitas as tendas espalhadas onde as pessoas vão pernoitar. Todos os anos no mês de Maio o casal mete uns dias de férias e ruma a Fátima. A devoção a Nossa Senhora é muito grande. “É a nossa companhia”, explica Maria da Conceição à Agência ECCLESIA. Maria da Conceição afirma prontamente não ser difícil ficar numa tenda. “Quando chove é que é pior. É um sacrifício que fazemos, mas vale a pena”. A devoção explica a vontade de todos os anos “vir com alegria”. “Todos os anos peço que Nossa Senhora me deixe cá vir para o próximo ano”. Não é a crise que dita a viagem de Mirandela, mas “há sempre pedidos a fazer”. Maria da Conceição explica que “peço primeiro pelos meus, mas por todos. Por todo o mundo”, enfatiza. O casal vai participar na procissão das velas e na eucaristia. Depois da devoção vem o descanso para que a viagem de volta a Mirandela corra de forma tranquila. Também as quase 30 mulheres vindas da Nazaré não se afligem. Fazem das tendas a sua casa e já estão no Santuário de Fátima há uma semana. Os maridos, alguns estão no mar, outros “vieram connosco, mas poucos”, explica Maria Silvina à Agência ECCLESIA. “Os maridos têm ainda mais devoção que nós”, afirma. Esta devota de Nossa Senhora conhece há muito as estradas que levam a Fátima. “Já fiz a peregrinação a pé mais de 30 ou 40 vezes”. A esta peregrinação Maria Silvina vem pedir “a paz para todos e saúde”. Entre a devoção, há também tempo para o convívio. Frango, pasteis de bacalhau, panados, croquetes é o jantar deste grupo alegre de senhoras, regado depois com café, que alegremente partilham. Otília Portugal vem a Fátima pedir “paz no mundo” e pede pelos jovens “para que encontrem emprego”, mas convictamente afirma “mesmo que não peçamos, ela dá-nos”. É a emoção que se vive no Santuário de Fátima, mesmo entre quem não quer falar dela.