Arcebispo de Braga presidiu à Missa do 13 de setembro, centrando reflexão na importância da misericórdia
Fátima, 13 set 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga disse hoje em Fátima que, na mudança de época atual, “com todas as crises”, a Igreja é chamada a “ser cada vez mais testemunha da misericórdia e da ternura”, falando na Missa da peregrinação internacional de setembro.
“Na mudança de época que vivemos com todas as crises económicas, políticas, sociais, ecológicas e eclesiais, faz-nos bem peregrinar para ir em busca do essencial da vida”, afirmou D. José Cordeiro, na homilia da celebração, perante os fiéis que enfrentaram a chuva, no Recinto de Oração.
O responsável católico explicou que a misericórdia implica obras e a fé pede que sejam capazes de “passar das obras de misericórdia à misericórdia das obras”, chamados a perdoar quem os ofendeu e “a alcançar a paz para o coração” para serem felizes.
Ao peregrinarmos aqui a Fátima, neste 105.º aniversário da quinta aparição, será que se reforçam os valores fundamentais da família, da educação para a paz, da sobriedade, da comunidade e da ecologia integral?”.
“Somos chamados a ser testemunhas da misericórdia”, afirmou o presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de 13 de setembro, assinalando que a Igreja deve ser “cada vez mais testemunha da misericórdia e da ternura no processo sinodal em que se encontra”.
D. José Cordeiro apresentou Fátima como a “casa materna de misericórdia”, observando que o santuário remete “ao lugar santo como sítio, espaço que com intensidade particular manifesta o sagrado”.
“É lugar do Outro possível onde intervém o Outro Invisível”, realçou, lembrando que o santuário tem o vigor de ser “resposta às contrariedades do quotidiano”, aparece como algo de novidade oferecido a todos, “aberto aos anseios de todos”.
O arcebispo de Braga, presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, sustentou que, na Cova da Iria, “a Igreja realiza uma pastoral bem cuidada mediante a Liturgia”: “Principalmente a celebração da Eucaristia e da Penitência, a pregação da Palavra de Deus, a piedade popular, a peregrinação, a escuta e o testemunho da caridade”.
Segundo D. José Cordeiro, “o povo tem respeito profundo pelos santuários” que são património cultural e espiritual “a requerer uma pastoral mais cuidada, direcionada para a escuta”, e no caso de Fátima é meta de muitos peregrinos que se “sentem tocados no coração pela graça e pela misericórdia de Deus”.
A piedade mariana na Igreja não é velharia de antigamente, nem algo sem atualidade nesta Igreja do terceiro milénio. Deus veio ao mundo por Maria. A Igreja vê nela o seu modelo e protótipo”
A partir do Evangelho, o arcebispo primaz referiu também que a “esperançosa” Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, que Lisboa vai acolher de 1 a 6 de agosto, é iluminada pelo evangelho de São Lucas: ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1,39).
“A vida é peregrinação! Levantar-se, ir e voltar são verbos de movimento com determinação e sentido de missão”, acrescentou, citando o hino da JMJ – ‘Há pressa no ar’ – e destacando que “a jovem Mãe de Nazaré, é a primeira peregrina cristã”.
No início da homilia, o presidente da celebração saudou os presentes e quem acompanhava a Eucaristia pelos meios de comunicação social, de modo especial os doentes, os presos, “os que sofrem de tantas feridas no corpo, no espírito ou na mente”.
O Santuário de Fátima informou que se fizeram anunciar, para esta peregrinação, quatro grupos organizados de Portugal, dez da Itália, nove da Polónia, dois de Espanha e outros dois do Reino Unido, além de peregrinos da Alemanha, Colômbia, Egipto, Eslováquia, Estados Unidos da América, Irlanda, Uganda, Filipinas, Republica Checa e Reunião.
CB/OC
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