Fátima: Mensagem profética está ao serviço da evangelização

Especialistas afirmaram no 24º congresso que estudo mariológico não pode esquecer aparições do Anjo e da Virgem Maria

Fátima, Santarém, 10 set 2016 (Ecclesia) – O presidente da Pontifícia Academia Mariana Internacional, D Vincenzo Battaglia, disse hoje que o estudo mariológico não pode esquecer o factor “Fátima e a sua mensagem”.

“A Virgem Maria encoraja com a sua presença e convida os cristãos a um empenho, de testemunho, conversão e evangelização”, afirmou o responsável à Agência ECCLESIA, durante o 24º Congresso Mariológico Mariano Internacional, que hoje termina no Santuário de Fátima, diocese de Leiria-Fátima.

Esta é para o responsável italiano “uma mensagem profética, de esperança, que contem um convite à conversão, de solidariedade, de oração, para que se possa sempre descobrir que o Salvador é a fonte de vida para o mundo”, estando assim “ao serviço do anúncio do evangelho”.

O 24º Congresso levou ao Santuário de Fátima especialistas de todos os continentes ajudando a “concretizar” contributos que a mensagem confere à reflexão mariológica da Igreja, sublinha o padre Carlos Cabecinhas.

O reitor do Santuário de Fátima lembra mesmo que a Irmã Lúcia “teve o cuidado de dizer que a mensagem de Fátima não fala primeiramente de Maria”.

“No entanto há um contributo para a reflexão mariológica da Igreja, nomeadamente a manifestação e revelação do imaculado coração de Maria que tem na mensagem de Fátima um lugar fundamental”.

No quadro dos 100 anos das Aparições, que o santuário de Fátima se prepara para viver, o congresso tem “o mérito” de ajudar a fazer “o balanço” e projetar o futuro.

“Mais importante do que olhar o passado é projetar o futuro, mas não podemos ver a atualidade e as implicações da mensagem de Fátima ignorando o que foram 100 anos de reflexão e de vivência da mensagem”, sublinha o padre Carlos Cabecinhas.

Para a vice-postuladora da causa da Irmã Lúcia e responsável pelo processo de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, a Irmã Ângela Coelho, as aparições são “uma resposta à condição atual do homem, que se considerava um super-homem e que está vazio”.

“A sociedade contemporânea com as promessas de saciar os desejos tem-nos deixado com mais sede. Sabemos que não é o efémero, o passageiro, nem a autonomia da razão que preenche o coração e a nossa sede, de amor e transcendente. A presença de Deus como referência é cada vez mais uma resposta para saciar o coração humano nos seus desejos.”

Segundo a religiosa o Santuário tem sabido responder contemporaneamente à procura de que é alvo, seja por parte do peregrino ou do homem que chega por acaso, mostrando uma forma de acolher todos.

“O peregrino mudou porque o homem mudou, em 100 anos, economicamente, culturalmente, socialmente e religiosamente. Este contexto configura nas formas de estar na fé”, traduz a religiosa.

“Tem sido dada atenção ao ser humano que vem como turista, não peregrino, em busca de uma interrogação, ou à pessoa que chega por acaso. Procuramos dar respostas a estas formas contemporâneas de viver a fé ou viver a existência sem fé.”

Para o bispo de Leiria – Fátima, D. António Marto, a mensagem “profética” que se encontra naquele espaço é de conforto e consolação.

“Vivemos um mundo ferido, fragmentado, que perdeu o sentido da vida, de confiança na vida e na sua bondade. Esta é uma mensagem de ternura, revolucionária, nas palavras de Francisco. É uma mensagem que transforma as pessoas por dentro e as faz descobrir a comunhão e a recuperar a confiança na vida”.

HM/LS

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