Fátima: É necessário «mudar atitudes e procedimentos» na Igreja e na sociedade para que os frágeis não sejam «abusados e explorados»

D. José Ornelas presidiu à procissão das velas e vigília de oração na Cova da Iria

Foto Agência ECCLESIA/PR

Fátima, 12 out 2022 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima lembrou hoje as mães ucranianas e afirmou que é necessário “mudar atitudes e procedimentos” na Igreja e na sociedade para que os frágeis não sejam “esquecidos ou, pior ainda, abusados e explorados”.

Na homilia da Vigília da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de outubro ao Santuário de Fátima, D. José Ornelas evocou o exemplo de Maria para sublinhar que são precisos “corações maternos” que garantam “condições de justiça e de dignidade para todos”.

“Todos nos esforçamos por mudar atitudes e procedimentos, na Igreja e na sociedade, a fim de que as crianças e aqueles que se encontram em situações de fragilidade não sejam esquecidos ou, pior ainda, não sejam abusados e explorados, mas possam encontrar corações e atitudes maternas e fortes como as de Maria, que protegem, amparam e lutam, para que este mundo possa oferecer condições de justiça e de dignidade para todos, sob o olhar materno de Maria”, afirmou.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse que a Igreja tem de estar “na linha da frente do atendimento, da proteção, da proximidade a todas as fragilidades”.

Foto Paulo Cunha/Lusa

“Esta atitude tem de caraterizar particularmente este santuário de Fátima. Cuidar das fragilidades humanas, particularmente no início e no fim da vida é continuar a solicitude de Maria para com os pastorinhos, as vítimas da guerra, os pecadores”, sublinhou.

D. José Ornelas lembrou que, hoje, são tantas as situações que precisam de uma “atitude ativa de atenção e compromisso por uma terra sustentável na sua fragilidade”, acrescentando que “as crianças e os mais jovens têm de ser motivo de um olhar atento”.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima evocou a “ternura materna de Maria” que  está presente na espiritualidade de Fátima, onde se revelou “carinhosamente a três crianças pobres, sem escola, confusas pela devastação medonha da guerra e pelo grassar de uma pandemia que vitimou muitos milhões de pessoas”.

“A Mãe de Jesus traz-lhes força, carinho, esperança. Apesar da sua tenra idade, estas três crianças atravessam as provações da vida do seu tempo, as dificuldades de incompreensão da sua experiência de fé, as dúvidas e ceticismo que as rodeiam”, afirmou.

D. José Ornelas disse na homilia da vigília da Peregrinação Internacional Aniversária que a atitude de Maria “replica-se em cada mãe, ao longo da história, em cada família, em cada situação”.

“Esta é, concretamente, a atitude das mães ucranianas, muitas das quais se encontram no nosso país, para proteger as suas crianças”, disse o bispo de Leiria-Fátima, recordando também “outras mães” que “vivem dramas semelhantes, em situações de guerra, de miséria, de penúria”.

Quantas outras mães, neste momento, vivem dramas semelhantes, em situações de guerra, de miséria, de penúria. Muitas, como Maria estão junto das cruzes em que morrem as suas crianças, pela fome, a miséria, os desastres, o terrorismo, a guerra, os abusos de menores”.

D. José Ornelas, que preside às celebrações de 12 e 13 de outubro, desejou que “o fruto” da da peregrinação ao Santuário de Fátima e “se traduza em gestos concretos de carinho e de enérgica transformação para um mundo melhor”.

Esta quinta-feira, dia 13 de outubro, a última Peregrinação Internacional Aniversária ao Santuário de Fátima, termina com a Missa, bênção dos doentes e procissão do adeus, no recinto da Cova da Iria, onde se inscreveram 110 grupos de peregrinos de 26 países.

Foto Paulo Cunha/Lusa, Procissão das Velas, 12 Outubro de 2022

PR

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