Fátima: Colóquio debateu oportunidades, fragilidades e efeitos da celebração do Centenário das Aparições

«Era de fazer de Fátima o altar da mensagem do Papa Francisco», propôs frei Bento Domingos, um dos oradores de um dia de debates

Lisboa, 18 jan 2018 (Ecclesia) – O Observatório da Religião no Espaço Público (POLICREDOS) e Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião (CITER) da Universidade Católica Portuguesa promoveram o Colóquio «Fátima no seu centenário: olhares plurais», três meses após o encerramento das celebrações.

Para a investigadora Teresa Toldy, “Fátima é remetido para um espaço religioso e há uma ausência de perceção e investigação por parte de outras ciências que, para além do facto de se acreditar ou não, merece ser estudado em abordagens muito díspares e multidisciplinares”.

O teólogo Alfredo Teixeira afirmou que Fátima “nunca foi uma só coisa e, ao longo da história, muitas dinâmicas o foram transformando”, nomeadamente a celebração do centenário que ajudou à sua “inscrição no espaço público”.

“Não há uma alteração no que diz respeito às práticas religiosas mas houve uma alteração na sua inscrição no espaço público. Pôde situar Fátima como algo mais ativo na sociedade portuguesa, não só como polo religioso mas cultural e mais aberto a diversos olhares, que não apenas os mais tradicionais do «por» e do «contra»”.

O Frei Bento Domingos lembrou o “fenómeno mundial” que Fátima constitui e sublinhou que gostaria de o perceber como um local de ajuda à difusão da mensagem do Papa Francisco.

“Fátima é um fenómeno mundial. Era de fazer de Fátima o altar da mensagem do Papa Francisco, que é a mensagem do Evangelho de ir ao encontro de todas as periferias do mundo”, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA.

Para o investigador dominicano, as palavras do Papa ditas em Fátima deveriam ser “mais afirmadas, mais distribuídas pelas pessoas”.

Teresa Toldy sublinha a relevância das palavras de Francisco, porque “o que ele diz é o futuro”, caso contrário a Igreja Católica pode transformar-se “em museu”.

“O futuro é olhar para o que é central: olhar para a sociedade e ver em cada um, um irmão ou irmã, que ajudará a abrir portas para a tolerância e fraternidade, num mundo em que a religião é invocada não para reunir mas para as dividir”, sublinhou à Agência ECCLESIA.

O jornalista António Marujo analisou a repercussão da celebração dos Centenário das Aparições nos meios de comunicação social, apontou números “reveladores” da produção noticiosa que indicam que o acontecimento religioso é importante para as pessoas e referiu lacunas na profundidade e na oferta de “chaves de leitura”.

“Nos dias seguintes, com outra linguagem, de forma até mais fria, teria sido importante o que disse o Papa em Fátima e que consequência para a Igreja em Portugal. E nesse momento, os media falham”, referiu à Agência ECCLESIA.

LS/PR

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