Declarações do Papa no voo para Portugal avivam curiosidade para as celebrações do 13 de Maio
Bento XVI defendeu hoje que o chamado “terceiro segredo” de Fátima não se esgota no atentado contra João Paulo II, mas anuncia “sofrimentos da Igreja”.
A bordo do avião que o trouxe até Lisboa, foi o próprio Papa a aludir à sua apresentação da terceira parte do segredo, no ano 2000, frisando agora que “só no curso da história podemos ver toda a profundidade de que reveste esta visão”.
Entre as “novidades que se podem descobrir” nesta mensagem, Bento XVI incluiu a constatação de que”os ataques ao Papa e à Igreja não vêm só de fora”, mas também de dentro, “do pecado que existe na Igreja”, algo que considerou “aterrador”.
“A maior perseguição da Igreja não vem de inimigos de fora, mas nasce do pecado na Igreja”, afirmou.
O então Cardeal Joseph Ratzinger assinou o “comentário teológico” à terceira parte do segredo, no qual se fala de um “Bispo vestido de branco” que caminha no meio de ruínas e cadáveres, imagem associada ao atentado sofrido por João Paulo II a 13 de Maio de 1981.
Bento XVI disse que “nesta visão do sofrimento do Papa é possível ver, em primeira instância, o Papa João Paulo II”, mas também estão indicadas “realidades do futuro da Igreja” que se “desenvolvem e se mostram”.
“Na verdade, para lá do momento indicado na visão, vê-se a necessidade de uma paixão da Igreja, que se reflecte na pessoa do Papa”, observou.
Para Bento XVI, “a Igreja será sempre sofredora, de diversas formas, até ao fim do mundo”.
O Papa segue amanhã ao início da tarde para Fátima, onde ficará até Sexta-feira, dia em que regressa ao Vaticano, depois de celebrar uma eucaristia na avenida dos Aliados, no Porto.
Octávio Carmo, da Agência Ecclesia, no avião com o Papa