«Servir — A Única Pregação» é o tema da nova exposição temática no Santuário mariano, disponível para ser visitada ao longo de 2025
Fátima, 30 nov 2024 (Ecclesia) – O diretor do Museu do Santuário de Fátima apresentou hoje a nova exposição temporária «Servir, a Única Pregação», que apelidou de “revolucionária” e desafiadora perante um mundo contemporâneo “pouco habituado a servir”.
“Esta Exposição é, nesse aspeto, revolucionária porque coloca diante do visitante uma das características mais importantes do cristianismo, mas, talvez, aquela que estejamos mais alheados no mundo contemporâneo. Estamos habituados a ser servidos e estamos muito pouco habituados a servir. E, portanto, a única pregação possível é o serviço. E é a partir dos exemplos máximos de serviço ao longo da história que esta exposição se desenvolve”, indica à Agência ECCLESIA.
«Servir — A Única Pregação. Exposição Comemorativa do Centenário da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima» é o tema da exposição inaugurada hoje, no santuário de Fátima, que pode ser visitada no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade até 15 de outubro de 2025.
O responsável indica que a mostra se desenvolve em torno de “figuras máximas do serviço”.
“O próprio Deus, que se faz servidor, entregando-se às últimas consequências pela humanidade. A Virgem Maria, que se diz, ‘Eis a serva do Senhor’. Também os anjos, que são também servidores de Deus e servidores da humanidade. Encontramos ainda diáconos que, ao longo da história, por exemplo, Francisco de Assis, São Lourenço – são figuras que encarnam a diaconia, que quer dizer, precisamente, servir o serviço”, esclarece.
Marco Daniel Duarte indica que o “núcleo dedicado aos diáconos” mostra “figuras que serviram a comunidade, sem reconhecimento como santas ou canonizadas”, muitas são “figuras anónimas”, onde se encontram “mulheres”.
“A exposição não passa ao lado de uma temática muito importante que a Igreja, neste momento, debate, que é o tema do servir a partir do feminino. E se, de facto, a diaconia, mesmo no ponto de vista da ordem, pode ser da ordem ministerial, pode ser ou não, um lugar de serviço a partir das mãos femininas, dos rostos femininos”, explica.
O responsável falou ainda do “pêndulo entre a arte antigo e contemporânea” que a exposição apresenta.
“As exposições temporárias do Museu do Santuário de Fátima habituaram-nos a ver sempre esse pêndulo entre arte antiga que nos mostra que não começou hoje o cristianismo, mas também arte contemporânea que nos mostra que o cristianismo não é nada que exista só no passado e continua a existir”, especifica.
Os promotores convidaram “autores” para “fazer obra de arte nova para a exposição”, em exemplos de “ourivesaria, escultura, da pintura ou até da arte performativa”.
O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, quis sublinhar a aposta na apresentação do espólio do santuário, ao mesmo tempo que os visitantes poderão “contemplar outras obras de arte de muitas e variadas instituições”.
“As obras de arte conduzem-nos pela via da beleza ao conhecimento e aprofundamento de Fátima: do acontecimento, da mensagem e dos protagonistas”, valorizou, indicando que a linguagem da “beleza e da arte” são um “caminho para conhecer Fátima”.
O reitor do Santuário refletiu ainda sobre o tema “incómodo, mas fundamental” que é o serviço, uma linguagem pouco “atrativa” mas que a exposição ilustra no testemunho de “tantos homens e mulheres” que mostram uma “dimensão imprescindível das relações interpessoais e da vivência cristã”.
OC/LS
Igreja/Arte: Exposição «Servir, a Única Pregação» inaugurada no Santuário de Fátima