Fátima 2017: Comunicação após o centenário é um desafio para o Santuário

Debate acentuou a relevância da «pegada mediática» de Fátima

Fátima, 22 mar 2017 (Ecclesia) – O chefe de redação da Agência ECCLESIA e o editor de Lusofonia e Internacional da Agência Lusa debateram na primeira Jornada de Comunicação Social do Santuário de Fátima o tema ‘comunicar Fátima’, colocando o desafio no “pós-centenário”.

Para Octávio Carmo, da Agência ECCLESIA, a Igreja Católica enfrenta o desafio de “conquistar o espaço mediático”, nomeadamente fora do decurso de grandes eventos religiosos, como a presença do Papa num santuário.

“A conquista do espaço mediático exige trabalho. Falta esta cultura de trabalho e de recursos para conquistar o espaço mediático”, disse o vaticanista da Agência ECCLESIA.

Paulo Agostinho, da Agência Lusa, considera que os coordenadores da comunicação na Igreja Católica, nomeadamente no Santuário de Fátima, “não precisam de se preocupar” com comunicar o Papa Francisco no santuário, mas mostrar o que se repete há cem anos na Cova da Iria.  

O editor da Lusa considera que “Fátima não tem noção da sua pegada mediática no mundo”, nomeadamente pela capacidade que o santuário teve de colocar o tema religião nos “órgãos de comunicação social laicos”.

“Neste momento, Fátima funciona pelo critério de composição e integração no espaço mediático”, defendeu Paulo Agostinho, desafiando os comunicadores a “redefinir a imagética de Fátima” para lhe dar mais relevo nos meios de comunicação social.

O tema ‘comunicar Fátima’ foi apresentado nas primeiras Jornadas de Comunicação Social do Santuário de Fátima através de uma comunicação de Paulo Agostinho sobre “Os valores-notícia da mensagem de Fátima” e outra de Octávio Carmo sobre “Os Papas e Fátima: da validação à peregrinação”.

Para o vaticanista da Agência ECCLESIA, o Papa Francisco não vai estar em Fátima para “validar” as aparições porque já estão validadas há 50 anos, desde o pontificado de Pio XII, que considerou “o primeiro Papa de Fátima”, que “só não veio a Fátima porque esse não era um recurso do papado nesse tempo”, tendo sido a partir do pontificado de Paulo VI.

Depois de referir a “aprovação implícita” das Aparições por Pio XI, pela distribuição de pagelas no Pontifício Colégio Português, em Roma, onde abençoou também uma imagem de Nossa Senhora, o jornalista disse que Paulo VI transformou Fátima num fenómeno mundial, com a sua presença no Santuário por ocasião dos 50 anos das aparições, e João Paulo II “universalizou” a Mensagem de Fátima.

“Depois do atentado, no dia 13 de maio de 1981, João Paulo II volta à Praça de São Pedro no dia 7 de outubro de 1981, dia de Nossa Senhora do Rosário, para dizer que foi salvo por uma ‘extraordinária proteção materna’, criando uma ligação ‘visceral’ a Fátima, emotiva e palpável”, recordou Octávio Carmo.

Para o chefe de redação da Agência ECCLESIA, Bento XVI “é ainda mais importante do que João Paulo II na projeção de Fátima”, referindo a atualidade da sua mensagem para a vida da Igreja Católica e afirmando que “a sua missão profética não estava esgotada” no facto de ter havido um atentado contra o Papa.

Octávio Carmo considera que a presença do Papa Francisco em Fátima será uma ocasião para retomar temas referidos noutros pontificados e que estão em sintonia com “as pessoas que acreditam em Fátima", nomeadamente os “pobres, a globalização da indiferença, necessidade de paz”

O Papa Francisco vai estar em Fátima nos dias 12 e 13 de maio “como peregrino”, por ocasião do Centenário das Aparições.

PR

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