Família, religião e política: um triângulo que suscita questões

Peça de teatro «Sagrada Família» mostra o Mundo pelos olhos de uma criança

Jacinto Lucas Pires regressa ao teatro com a «Sagrada Família», uma peça que envolve os espectadores num mundo novo, visto pelos olho de uma criança que questiona os valores de igualdade.

O título «Sagrada Família» leva o público a pensar numa bela história, com respostas conhecidas e argumento confirmado. Mas esta peça vai mais longe e coloca perguntas difíceis.

«Considero mais interessante usar o teatro, a escrita e a literatura em geral como provocação, como matéria de pensamento, para, em conjunto, pensarmos ao mesmo tempo. Acho que é disso que a sociedade padece actualmente», afirmou o autor à Agência ECCLESIA.

«Espero que o «público possa sair um pouco abalado, ao ponto de questionar sobre a sua vida e sobre o que fazer.»

Em conjunto estão três temáticas: família, religião e política. Sem querer passar na peça uma moral, «Sagrada Família» coloca uma criança no centro, uma criança que verbaliza coisas que a sua inocência permite e que os adultos silenciam ou escondem.

«As crianças, felizmente, ainda nascem a ver as coisas tal como elas são e verbalizam-nas. Porque é que isto está assim? Porque é que o mundo está todo partido?» esclarece Jacinto Lucas Pires.

E daqui se desenrola a peça que aponta problemas sociais, desigualdades e injustiças que os pais, muitas vezes, não conseguem explicar aos filhos e não há forma de justificar.

O autor quis assim chamar a atenção para um mundo onde se fazem «coisas magníficas que fascinam os nossos filhos», «criam-se coisas incríveis quando se juntam empresas, dinheiro, universidades e talento mas depois não conseguimos resolver problemas essenciais.»

Quanto ao tema, Jacinto Lucas Pires dá a justificação que «os escritores têm de ser um pouco antenas da sociedade», devem «captar os desequilíbrios e encontrar formas de os evidenciarem».  

 

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top