Faleceu a escultora Irene Vilar

Faleceu esta Segunda-feira a escultora Irene Vilar, que se encontrava há mais de um mês no Hospital de São João, Porto. A sua obra escultórica encontra-se dispersa em Portugal, Alemanha, África do Sul, Brasil, Bélgica, Holanda e Macau. Autora de vasta obra de escultura, medalhística, numismática e ourivesaria, Irene Vilar nasceu em Matosinhos no ano de 1930, município ao qual fez um legado de parte da sua obra escultórica em 1976. Licenciou-se pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, com 20 valores na tese de escultura, tendo sido discípula de Barata Feyo e Dórdio Gomes. Foi bolseira do Instituto de Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, no estrangeiro. Participou, com escultura e medalhística, nas grandes exposições realizadas em Portugal. Entre as mais recentes cumpre referir: Cristo fonte de esperança, no Porto; Morte e Transfiguração, Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), Lisboa; Natividade 2000, no Mosteiro dos Jerónimos; 100 anos – 100 artistas, SNBA, Lisboa. A sua obra foi apresentada em duas exposições recentes: Modelar o mistério, Lisboa, Universidade Católica Portuguesa (2003); Do gesto ao gesso, Matosinhos (2004). Representou o País em diversos certames internacionais, nomeadamente nas Bienais de São Paulo, Paris, Colónia, Roma, Florença, Estocolmo, Londres, Helsínquia, Budapeste, Neuchâtel, Weimar, Roterdão. Realizou, de entre muitos outros, os seguintes monumentos: a Camões, Garcia de Orta e Guilhermina Suggia, no Porto; ao Bombeiro, em Paredes; ao Artilheiro no Regimento de Artilharia n° 5, em Vila Nova de Gaia; São Rosendo, em Santo Tirso; ao Pescador, a Florbela Espanca e a Abel Salazar, em Matosinhos; São Miguel Arcanjo no Comando-Geral da PSP, em Lisboa; a D. António Ferreira Gomes, Padre Américo, e o conjunto de nove esculturas na Rotunda do Cameirinho, em Penafiel; a Fernando Pessoa, em Durban (África do Sul), São Paulo (Brasil) e em Ixelles (Bélgica). A convite do Governo de Macau executou, em 1996, o Monumento Abraço para o Jardim Luís de Camões. De carácter monumental são igualmente as esculturas para o Sheraton Porto Hotel, fonte Universo para o SMAS, no Porto; Mundo para os jardins do CAM da Fundação Calouste Gulbenkian. Monumento aos 500 anos do Teatro- Guimarães (2003); estátua da Imaculada Conceição para os jardins da Universidade Católica. Lisboa (2004). Executou vários baixo-relevos para os tribunais de Valença, Moimenta da Beira, Paços de Ferreira, Porto, Santo Tirso. Da vasta e inovadora produção no universo da expressão cristã, deu recentemente corpo a obras como: Cristo ressuscitado, igreja dos Padres Carmelitas, na Foz do Douro; São Miguel, igreja da Maia; ambão, altar e cadeira da presidência (baixo-relevos), cruz processional e castiçais: igreja do Santíssimo Sacramento, Porto; evangeliário e caixa para as âmbulas dos santos óleos, Catedral do Porto; cruz processional e castiçais: Paróquia Senhora da Conceição, Porto; sacrário, pia baptismal, cadeira da presidência e ambão, igreja de Gueifães (Maia); Criou as insígnias episcopais (anel, cruz e báculo) para os bispos João Miranda Teixeira, Januário Torgal Ferreira e Carlos A. Moreira Azevedo. Está representada em colecções particulares e oficiais, tais como Secretaria de Estado da Cultura, Museu Amadeo Souza-Cardoso, Biblioteca-Museu de Vila Franca de Xira, Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, Museu do Chiado, em Lisboa, Património Artístico de Matosinhos, entre outras. Para a Imprensa Nacional-Casa da Moeda executou várias moedas, destacando-se: Batalha de Ourique, D. Afonso Henriques, Amadeo Souza-Cardozo, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco, Pauliteiros, Banco de Portugal e Porto 2001, Capital Europeia da Cultura. Esta instituição dedica-lhe, em 1986, a monografia Irene Vilar: medalhas e bronzes, com apresentação crítica de Joaquim Matos Chaves. Em 1991, é publicada uma obra com parte da sua criação escultórica, intitulada Irene Vilar: quem me dirá quem sou?, com texto de Maria da Glória Padrão (Edições ASA). No ano de 1997, por iniciativa do Governo de Macau, é publicado o livro Abraço. Uma escultura para Macau. A Câmara Municipal de Matosinhos edita em 2004 Do gesto ao gesso, com textos de João Antunes e de Jorge Araújo. Recebeu várias distinções, como a de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, Medalha de Mérito, grau ouro, da Câmara Municipal do Porto, Cidadã do Ano 1989/90, do Lyon’s Club de Matosinhos, Medalha de Mérito Dourada da Câmara Municipal de Matosinhos. Entre os diversos prémios que galardoaram a sua obra destacam-se: Escultura – Vila Franca de Xira; Mestre Manuel Pereira; Bienal de Paris; Nacional de Escultura; 1° prémio da medalha oficial da Europália/91; 1° prémio medalha Grupo EDP; 1° prémio medalha Cenel/Hidrocenel (EDP). Recentemente obteve o 1º prémio (aquisição) na Exposição Santo Agostinho, Fátima, 2003.

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