Executivo avança com rede de cuidados continuados, Instituições de Solidariedade Social saúdam iniciativa

O governo português anunciou que vai ser criada uma rede de cuidados continuados de saúde com a participação do sector privado. No final do Conselho de Ministros desta tarde, Luís Filipe Pereira revelou que os mais idosos e todos os que têm maior dificuldade de deslocação vão ter ao seu dispor cuidados médicos, que vão desde a recuperação mais prolongada, numa instituição médica, até à reabilitação no domicílio. “Trata-se de uma rede nacional que pode integrar entidades públicas, como entidades sociais, por exemplo, instituições particulares de solidariedade social, com destaque para as Misericórdias, e também entidades privadas”, disse. Segundo o presidente do Conselho Nacional das Instituições de Solidariedade Social, Pe. Francisco Crespo, estas são boas notícias, mas falta saber se entre o anunciado pelo Governo e o que vai acontecer de facto não haverá uma grande diferença. “Enquanto eu não vir isto na prática não vou acreditar que se vá concretizar, até porque os apoios nunca foram muitos para a saúde e está à margem da problemática social deste país. Além do mais, há falta de pessoal que nos possa apoiar: se quisermos temos de pagar a médicos e enfermeiros particulares para sobreviver”, refere à Agência ECCLESIA, justificando os seus receios. “O ministério tem colaborado muito pouco no apoio a esta problemática, que é muito grande dado que muitos idosos estão a ocupar camas nos hospitais quando poderiam estar noutros locais. Graças a Deus que o governo detectou o problema”, acrescenta. O Pe. Francisco Crespo destaca que esta era uma das necessidades mais urgentes que existe no país, tendo em conta o envelhecimento do país e a falta de respostas adequadas para os idosos, abandonados pelas famílias nos hospitais ou nos lares. “Dentro de uma semana iria levar na manga a questão dos idosos dependentes ao ministro Bágão Félix e assim vou mais sossegado”, adianta. Segundo este responsável, a política de construção de lares não tem sido a mais correcta, não se prevendo a fase terminal.” Quando a pessoa está dependente falta tudo: camas articulados, casas-de-banho próprias, falta a resposta social até nos próprios equipamentos. Os idosos não chegam aos lares para passar férias, mas quando não há hipótese de ficarem em casa”, revela.

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