Évora: D. Francisco Senra Coelho agradece mais de 60 anos de «presença silenciosa» no Mosteiro da Cartuxa (c/ áudio e vídeo)

Presença dos monges no Alentejo termina com a abertura da clausura,no dia 8 deoutubro

 

Évora, 04 out 2019 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, afirmou a sua gratidão pela comunidade da Cartuxa de Évora e deseja que a congregação se revigore e um dia possa voltar.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Francisco Senra Coelho expressou “a gratidão por estes mais de 60 anos em que os cartuxos souberam acompanhar a cidade de Évora” e a arquidiocese “com a sua  presença silenciosa, permanentemente orante”.

O arcebispo de Évora sublinhou ainda a “dimensão de uma mensagem que é difícil de ler, que é aquela que vem do silêncio”, numa retaguarda que “sustenta e está presente” e sendo “proposta de serviço gratuito”.

“O silêncio como grande pregação e ao mesmo tempo uma certeza de Deus que não abandona, os Cartuxos souberam transmitir a esta diocese, que não é um silêncio de morte mas fecundo e habitado”, refere.

D. Francisco Senra Coelho agradeceu à “queridíssima comunidade cartusiana” e desejou que a congregação se vá renovando.

“Que se revigore, reencontre a esperança e que a Península Ibérica continue a contar com mosteiros cartusianos e que um dia Portugal volte a rever esta vida tão carismática e forte entre nós”, referiu.

Quanto ao futuro do mosteiro da Cartuxa em Évora D. Francisco Senra Coelho confia no trabalho a ser realizado da “nova evangelização”. 

“Esperamos pela dimensão viva das comunidades cristãs, no trabalho que estamos a realizar da nova evangelização; Évora vê partir e deseja ver de novo a Cartuxa no meio de nós, temos essa esperança, o tempo de Deus é sempre inesperado e a esperança é a atitude do crente”, defende.

O Mosteiro “Scala Coeli” (“Escada do Céu”), de Évora, tinha  quatro os monges na comunidade cartusiana, três espanhóis e um português, que vão ser integrados na comunidade da Cartuxa, em Barcelona. 

“Eles como seres humanos sentem tristeza em partir de Évora e sofrem interiormente porque amam a sua Cartuxa. Muitos pensavam em terminar os dias da sua vida e ficarem sepultados nesta Cartuxa”, conta o arcebispo.

D. Francisco Senra Coelho deixou ainda uma mensagem de compromisso de oração e de gratidão que “abreviará a distância”.

“Queremos dizer que vamos com eles, rezaremos por eles e a nossa gratidão abreviará a distância entre Évora e Barcelona”, conclui. 

A vida eremítico-cenobítica de contemplação e trabalho na Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli foi reiniciada em 1960, por sete Cartuxos, entre eles um português, após a expulsão das ordens religiosas em 1834.

O Convento da Cartuxa eborense tinha sido mandado construir em 1587, pelo então arcebispo D. Teotónio de Bragança, para acolher a comunidade religiosa de São Bruno, sendo dedicado à Virgem Maria, sob a denominação “Scala Coeli” – “Escada do Céu”.

De acordo com o superior da comunidade, padre Antão Lopez, encerramento do Mosteiro da Cartuxa de Évora deve-se à falta de vocações.

SN

O quotidiano de silêncio, trabalho e oração no Mosteiro da Cartuxa

 

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Agência ECCLESIA

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